Jobim, ministro da Defesa, e Dilma não deram uma data para o anúncio da decisão sobre a compra dos caças (Wilson Dias/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 10 de janeiro de 2011 às 16h42.
O senador republicano John MCCain (Arizona) esteve hoje com a presidente Dilma Rousseff e aproveitou para defender a compra, pelo Brasil, dos caças americanos F-18 Super Hornet, da Boeing. Ao senador americano, a presidente informou que a preocupação brasileira é a transferência de tecnologia, importante para a indústria brasileira. MCCain respondeu a Dilma que pretende trabalhar com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e com o Congresso americano para deixar claro que haverá a transferência que interessa ao Brasil.
"Nós conversamos sobre a venda dos caças. Há uma preocupação sobre transferência de tecnologia. Minha intenção é voltar aos Estados Unidos e deixar bem claro ao presidente e ao Congresso que é preciso deixar claro que haverá uma transferência completa de tecnologia caso o governo brasileiro decida adquirir os F-18" disse o senador, ao sair do encontro com a presidente no Palácio do Planalto.
O senador, acompanhado do seu colega John Barraso (Wyoming), também esteve no Ministério da Defesa. Mas os dois não ouviram nem de Dilma nem do ministro Nelson Jobim uma data para o anúncio da decisão sobre a compra dos caças.
A novela da compra dos caças pelo governo brasileiro já se arrasta desde 2007. Por diversas vezes o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve por anunciar a escolha brasileira, mas terminou por deixar o problema nas mãos da sua sucessora. A preferência de Lula e do Itamaraty era pelos caças franceses Rafale, por conta da relação diplomática com a França. Os militares, no entanto, preferem fechar o negócio com a sueca Saab, fabricante dos Gripen. O negócio, de US$ 4 bilhões, motivou até mesmo a vinda do presidente francês Nicolas Sarkozy para a última comemoração do 7 de setembro, em Brasília.
MCCain demonstrou "esperança" de que os caças americanos sejam escolhidos, mas afirmou que não vai haver pressão política por parte dos Estados Unidos. "Eu acredito que a decisão será baseada em méritos", afirmou.