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Marina volta a defender proposta de independência do BC

Segundo a candidata, a proposta visa a restabelecer a credibilidade da autoridade monetária do país, proteger os salários e os empregos

Marina Silva: "é a primeira vez na história desse país que acontece isso", disse (Paulo Whitaker/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 23 de setembro de 2014 às 13h48.

Curitiba - A candidata do PSB à Presidência, Marina Silva , afirmou nesta terça-feira, durante entrevista coletiva, que a proposta de independência do Banco Central visa a restabelecer a credibilidade da autoridade monetária do País, proteger os salários e os empregos.

Ela disse que a credibilidade hoje do governo é tão pequena que, quando a presidente Dilma Rousseff sobe nas pesquisas, as ações na Bolsa de Valores caem, principalmente as da Petrobras.

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"É a primeira vez na história desse País que acontece isso", disse ela, repetindo um velho bordão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A candidata afirmou ainda que a proposta de independência do BC foi feita pelo ex-governador Eduardo Campos como um choque capaz de restabelecer a credibilidade da autoridade monetária.

"A inflação voltou a crescer, os juros estão altíssimos, prejudicando investimentos, os investimentos bons, que criam maior geração de emprego e renda. Na instabilidade econômica, quem tem o dinheiro vai aplicar seus recursos para obter ganhos com os juros e não para fazer investimentos", disse ela.

Marina disse que os responsáveis pelo seu programa de governo discutiram modelos para proteger a sociedade e não permitir que o presidente da República faça com o Banco Central as mesmas interferências políticas que fez na Petrobras, na Eletrobrás e até no IBGE.

"Autonomia do BC é proteger o salário da inflação, o cidadão da falta de credibilidade que diminuiu os investimentos e faz com que a indústria seja reduzida a pó", afirmou Marina.

Ela disse ainda que no governo do presidente Lula foi feito um esforço muito grande para a independência, com a nomeação do ex-tucano Henrique Meirelles, um banqueiro, para o Banco Central, dando-lhe status de ministro.

"No governo de Dilma, a situação ficou tão degradada que foi necessário que Eduardo Campos propusesse a autonomia do Banco Central de fato, como forma de um ato forte que restabelecesse a credibilidade da autoridade desse País".

Alckmin

Ela também responsabilizou o PSB pela confecção de material de propaganda política com seu nome ao lado do governador Geraldo Alckmin (PSDB), que busca a reeleição.

"Essa decisão não passou por mim. O PSB tem uma coligação no Estado com o PSDB. O material é produzido pelo PSB, que quer fazer minha campanha e a campanha do partido no Estado. Eu não tenho nenhuma responsabilidade a respeito dessa decisão", disse.

"Quando fui para o PSB, eu e o Eduardo Campos combinamos que, onde não houvesse acordo com a Rede, eu não faria a campanha para o candidato da coligação com o PSB. Foi o que houve em São Paulo. Eu disse que não subiria no palanque do governador Alckmin e não estou subindo", afirmou.

Quanto a um possível acordo com Alckmin no segundo turno, Marina disse que qualquer coisa relativa a essa nova fase da campanha será decidida depois do primeiro turno.

"Segundo turno discuto no segundo turno", afirmou. Marina também não apoia a aliança entre o PSB e o PSDB no Paraná. Indagada se vai mudar o comportamento, disse que não. "Está mantido o nosso compromisso de que, nos lugares em que a Rede não está na aliança, mantemos a independência. O segundo turno, discute-se depois", reiterou ela.

A ex-ministra, porém, afirmou que, se for eleita presidente da República, não discriminará nenhum governador, não interessa o partido.

"Nossa posição em relação aos governos dos Estados é de respeito aos governos eleitos. Não concordo com essa política mesquinha, da velha política, de que você só faz convênios com quem é de seu partido ou sua coligação. Quem tiver projetos para seu Estado terá os convênios. Vamos melhorar a qualidade da política", disse.

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