Marina diz que querem rotulá-la como fundamentalista
"Uma pessoa que crê tem na bíblia uma referência, assim como tem como referência a arte, a literatura", disse Marina, sobre consultas ao livro
Da Redação
Publicado em 2 de setembro de 2014 às 08h39.
São Paulo - A candidata à Presidência Marina Silva ( PSB ) disse hoje que a informação divulgada na imprensa de que ela consulta a bíblia antes de tomar decisões importantes faz parte de uma estratégia de "pessoas de má-fé" para rotulá-la como fundamentalista.
De acordo com Marina, a bíblia é uma referência para o ser humano assim como é a arte e a literatura. "Uma pessoa que crê tem na bíblia uma referência, assim como tem como referência a arte, a literatura. Às vezes as pessoas podem ter um insight (ideia) assistindo um filme", disse, durante entrevista ao Jornal da Globo exibida na madrugada desta terça-feira.
As declarações de Marina se referem a uma matéria no jornal Folha de S.Paulo desta segunda-feira que afirma que a candidata costuma recorrer a versículos da bíblia em momentos decisórios difíceis.
Marina disse que o ser humano tem naturalmente uma subjetividade e que isso é importante para o desenvolvimento das sociedades.
"As pessoas tomam decisões que levam em conta vários aspectos", disse. "O ser humano não é uma unidade pura de alguma coisa, somos seres subjetivos e a subjetividade é uma riqueza interior para qualquer ser humano", afirmou.
"Isso (informações da matéria) é uma forma que as pessoas foram construindo para tentar passar a imagem que eu sou fundamentalista, coisas de pessoas de má-fé", disse.
Na entrevista, Marina Silva voltou a explicar que a mudança no seu programa de governo em relação ao casamento de pessoas do mesmo sexo e à energia nuclear se deve a um erro de processo na elaboração do documento. Ela também disse que defende os direitos civis de todos os brasileiros e que repudia qualquer forma de preconceito.
Na área econômica, a candidata do PSB afirmou que, caso seja eleita, vai recuperar o tripé macroeconômico - superávit fiscal, câmbio flutuante e metas de inflação - para retomar a confiança do investidor no país.
Além disso, Marina afirmou que tem um compromisso de não aumentar impostos e que os recursos para a ampliação de programas sociais virão do espaço fiscal adquirido quando o país voltar a crescer.