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Mariana contabiliza 4 mortos e 22 desaparecidos

A prefeitura informou ainda que uma das pessoas consideradas desaparecidas foi encontrada viva em Santa Bárbara


	Resgate: uma das pessoas consideradas desaparecidas foi encontrada viva em Santa Bárbara
 (REUTERS/Ricardo Moraes)

Resgate: uma das pessoas consideradas desaparecidas foi encontrada viva em Santa Bárbara (REUTERS/Ricardo Moraes)

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Da Redação

Publicado em 10 de novembro de 2015 às 12h56.

Mariana - Um quarto corpo de vítima do rompimento de barragens da mineradora Samarco, em Mariana (MG), foi identificado, reduzindo o número de desaparecidos para 22, à medida que as buscas se intensificam na região afetada pelo desastre, com bombeiros incansáveis contando até com a ajuda de familiares nos trabalhos.

Com a identificação de Valdemir Aparecido Leandro, de 48 anos, funcionário da empresa Geocontrole, prestadora de serviços para a Samarco, e da menina de 5 anos Emanuele Vitória Fernandes, a prefeitura de Mariana contabilizou nesta terça-feira quatro vítimas fatais do incidente.

O número de desaparecidos caiu para 22, sendo 11 trabalhadores e 11 moradores, depois que uma mulher de 65 anos, considerada desaparecida, foi encontrada no município de Santa Bárbara.

O acidente, que paralisa a produção da Samarco, uma joint venture da Vale com a anglo-australiana BHP Billiton, também afetou a extração de minério de ferro da Vale em minas próximas do incidente, ocorrido na última quinta-feira.

O número de desabrigados pela enxurrada de lama agora é de 631, que estão hospedados em hotéis de Mariana.

BUSCAS Após o colapso das barragens da mineradora Samarco, que soterrou quase todo o distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, bombeiros trabalhavam na segunda-feira incansáveis na busca pelo corpo de um menino de 7 anos com a ajuda de seu pai.

A cena podia ser vista da parte alta de Bento, por onde os sobreviventes do desastre da indústria de mineração fugiram. Era de lá que a vendedora Cristiane Pereira, de 29 anos, madrasta do menino Tiago Damaceno Santos, aguardou sem informações por nove horas o retorno de seu marido, sentada em um meio fio.

"Bento era muito bonito", Cristiane limitou-se a afirmar, observando do alto o distrito completamente devastado.

A rua onde estava é agora o único acesso que restou para a parte baixa de Bento. Ao seguir o trajeto, é possível caminhar por uma via reaberta pelos bombeiros e observar paredes das casas cobertas de barro e envolvidas por destroços.

"A expectativa é de que algo positivo saia disso aqui", afirmou à Reuters o major Cruz, responsável pela comunicação do Corpo de Bombeiros, explicando que o desastre deixou evidente que autoridades públicas precisam aprimorar processos.

Mais adiante, quando não é mais possível passar, os bombeiros construíram sobre uma camada de cerca de dois metros de altura de lama ainda instável um trajeto de 80 metros formado por mantas e tábuas de madeira, por onde se pode caminhar.

Com um olhar atento, fragmentos de memória do distrito permanecem, como a metade de cima de um balanço fincado na lama que cobriu o parquinho da Escola Municipal de Bento Rodrigues, de onde a diretora retirou e salvou 58 crianças.

Mas a expectativa do dia recaía sobre o trabalho dos bombeiros na busca do filho de Albertino Damaceno, um funcionário da Samarco. Infelizmente, às 17h, o ex-morador deixou o local desconsolado, coberto de barro e de suor.

"Agora não", afirmou ao perceber que estava sendo acompanhado pela equipe de reportagem da Reuters.

Do topo de sua casa, os bombeiros recolheram pouco a pouco suas ferramentas, encerrando mais um dia de trabalho.

Texto atualizado às 13h55
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