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Marginal do Tietê registra uma multa por minuto

Os dez radares instalados na via emitiram 530.896 infrações em 2012

Marginal Tietê: segundo o arquiteto e especialista em Transportes Flamínio Fichmann, boa parte das multas emitidas por radares é para quem fura o rodízio (Wikimedia Commons)
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Da Redação

Publicado em 6 de maio de 2013 às 08h49.

São Paulo - A Marginal do Tietê é a campeã de multas de São Paulo . Os dez radares instalados na via emitiram 530.896 infrações em 2012 - uma por minuto. Ou 53 mil autuações por aparelho, quatro vezes mais DO que a média da cidade.

Os dados são de um levantamento inédito obtido pelo jornal O Estado de S. Paulo por meio da Lei de Acesso à Informação, que mostra os endereços onde mais houve autuações feitas por fiscalização eletrônica. Entre as dez primeiras do ranking estão vias como Bandeirantes, 9 de Julho, Prestes Maia, Santos Dumont e 23 de Maio.

Com 23 ruilômetros de extensão em cada sentido e sendo um dos principais eixos viários da Grande São Paulo, não surpreende que venha justo da Marginal do Tietê o maior número de autuações da cidade.

Ainda mais com restrições que passaram a vigorar nela nos últimos anos, como a proibição de caminhões em certos períodos do dia, infração também captada por radares.

O que chama a atenção é a presença, na composição dos locais com o maior número de infrações, de avenidas com extensões bem menores e por onde não costumam rodar veículos pesados, como a 9 de Julho, que tem 6 km por sentido, e a Prestes Maia, com 1 km. Na primeira, foram 197.978 multas, cerca de 16,5 mil por km. Na outra, houve 122.669 ao todo, ou 61,3 mil por km.

Para Silvio Médici, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Engenharia de Trânsito (Abeetrans), o que explica é o grande fluxo de veículos que passam nesses locais.

A Prestes Maia, como a Santos Dumont, que tem 2,8 km e onde foram marcadas 181.735 multas em 2012, compõe o chamado Corredor Norte-Sul, muito demandado nos horários de pico.


"Mas se você sair do centro expandido e dos bairros mais localizados, há uma quantidade muito grande de infrações cometidas não computadas", diz Médici, acrescentando que "nem um terço das infrações na cidade é computado hoje".

A Prefeitura quer resolver esse problema com a nova licitação do sistema de fiscalização eletrônica, anunciada em abril, que deve aumentar a quantidade de radares na capital a partir do segundo semestre deste ano. Hoje, há 587 aparelhos, conforme a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET).

O engenheiro Sergio Ejzenberg, mestre em Transportes pela USP, explica que a geometria também ajuda a entender o porquê de vias não tão compridas concentrarem tantas multas. "Na 23 de Maio, na descida em direção ao Ibirapuera, quem não sabe que ali tem radar acaba sendo multado, porque em declives a velocidade do carro sobe naturalmente."

Segundo o arquiteto e especialista em Transportes Flamínio Fichmann, boa parte das multas emitidas por radares é para quem fura o rodízio. "Muitos radares estão dispostos, estrategicamente, nos limites do centro expandido."

O restante, diz, se divide principalmente entre excesso de velocidade e desrespeito a restrições. A CET não informou a divisão por de tipo de infração flagrada. No ano passado, das 9.958.646 multas aplicadas pela CET, a maioria (7.420.276) foi registrada por radares.

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Os dados são de um levantamento inédito obtido pelo jornal O Estado de S. Paulo por meio da Lei de Acesso à Informação, que mostra os endereços onde mais houve autuações feitas por fiscalização eletrônica. Entre as dez primeiras do ranking estão vias como Bandeirantes, 9 de Julho, Prestes Maia, Santos Dumont e 23 de Maio.

Com 23 ruilômetros de extensão em cada sentido e sendo um dos principais eixos viários da Grande São Paulo, não surpreende que venha justo da Marginal do Tietê o maior número de autuações da cidade.

Ainda mais com restrições que passaram a vigorar nela nos últimos anos, como a proibição de caminhões em certos períodos do dia, infração também captada por radares.

O que chama a atenção é a presença, na composição dos locais com o maior número de infrações, de avenidas com extensões bem menores e por onde não costumam rodar veículos pesados, como a 9 de Julho, que tem 6 km por sentido, e a Prestes Maia, com 1 km. Na primeira, foram 197.978 multas, cerca de 16,5 mil por km. Na outra, houve 122.669 ao todo, ou 61,3 mil por km.

Para Silvio Médici, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Engenharia de Trânsito (Abeetrans), o que explica é o grande fluxo de veículos que passam nesses locais.

A Prestes Maia, como a Santos Dumont, que tem 2,8 km e onde foram marcadas 181.735 multas em 2012, compõe o chamado Corredor Norte-Sul, muito demandado nos horários de pico.


"Mas se você sair do centro expandido e dos bairros mais localizados, há uma quantidade muito grande de infrações cometidas não computadas", diz Médici, acrescentando que "nem um terço das infrações na cidade é computado hoje".

A Prefeitura quer resolver esse problema com a nova licitação do sistema de fiscalização eletrônica, anunciada em abril, que deve aumentar a quantidade de radares na capital a partir do segundo semestre deste ano. Hoje, há 587 aparelhos, conforme a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET).

O engenheiro Sergio Ejzenberg, mestre em Transportes pela USP, explica que a geometria também ajuda a entender o porquê de vias não tão compridas concentrarem tantas multas. "Na 23 de Maio, na descida em direção ao Ibirapuera, quem não sabe que ali tem radar acaba sendo multado, porque em declives a velocidade do carro sobe naturalmente."

Segundo o arquiteto e especialista em Transportes Flamínio Fichmann, boa parte das multas emitidas por radares é para quem fura o rodízio. "Muitos radares estão dispostos, estrategicamente, nos limites do centro expandido."

O restante, diz, se divide principalmente entre excesso de velocidade e desrespeito a restrições. A CET não informou a divisão por de tipo de infração flagrada. No ano passado, das 9.958.646 multas aplicadas pela CET, a maioria (7.420.276) foi registrada por radares.

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