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Marco Aurélio é relator da ação de Bolsonaro contra ‘toque de recolher’

Presidente defende que governadores e prefeitos sejam proibidos de adotar, por decreto, medidas de fechamento de serviços não essenciais

Ministro Marco Aurélio Mello. (Rosinei Coutinho/SCO/STF/Divulgação)
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Alessandra Azevedo

Publicado em 22 de março de 2021 às 17h05.

Última atualização em 22 de março de 2021 às 17h20.

O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), é o relator da ação apresentada pelo presidente Jair Bolsonaro contra medidas de isolamento adotadas pelos governos do Distrito Federal, da Bahia e do Rio Grande do Sul como forma de conter a disseminação do novo coronavírus. O nome do relator foi definido nesta segunda-feira, 22.

Na ação de inconstitucionalidade, assinada na última sexta-feira, 18, Bolsonaro pede que o Supremo proíba governos locais de decidir por decreto pelo fechamento de serviços não essenciais, mesmo quando houver necessidade sanitária comprovada. Para o presidente, o STF deve determinar que, nesses casos, seja necessária uma lei específica, aprovada pelas Assembleias Legislativas, não um decreto.

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Segundo Bolsonaro, os toques de recolher decretados pelos governadores são "uma decisão política desproporcional", como alega no documento. "Trata-se de medida que não conhece respaldo legal no âmbito do ordenamento jurídico brasileiro”, diz trecho da ação, que não é assinada pela Advocacia Geral da União (AGU), que costuma representar judicialmente o Planalto, mas pelo próprio presidente.

Os decretos dos governadores seguem a linha do que foi entendido pelo STF em 2020. No início do ano passado, o Supremo deu autonomia para que os governadores e prefeitos atuem na contenção da pandemia, embora não tenha tirado do governo federal a prerrogativa de centralizar as medidas. Os governos locais, portanto, têm competência para tomar providências baseadas em critérios técnicos e científicos, como restrição de atividades.

O presidente disse em live semanal, na última quinta-feira, que iria ao STF na tentativa de "acabar com abusos". Para ele, toque de recolher é"estado de defesa, estado de sítio que só uma pessoa pode decretar: eu", disse. Na sexta-feira, ele reforçou a fala. "Será que o governo federal vai ter que tomar uma decisão antes que isso aconteça? Será que a população está preparada para uma ação do governo federal dura no tocante a isso?", questionou.

Bolsonaro critica as medidas de restrição de circulação de pessoas, apesar de o país viver hoje o momento mais crítico da pandemia. O Brasil já contabiliza 294 mil mortos pela covid-19. Em vários estados, há falta de leitos de UTI para internação de pacientes em estado grave. O governo federal já foi alertado nos últimos dias da possibilidade da falta de insumos nas UTIs.

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