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Marcelo Odebrecht desiste de Dilma como testemunha na Lava Jato

A defesa do executivo não informou os motivos que levaram a desistir da ex-presidente como testemunha

Dilma Rousseff: o depoimento da petista estava previsto para a próxima sexta-feira, 24, mas os advogados de Marcelo comunicaram a desistência ao juiz Sérgio Moro (Getty/Getty Images)

Dilma Rousseff: o depoimento da petista estava previsto para a próxima sexta-feira, 24, mas os advogados de Marcelo comunicaram a desistência ao juiz Sérgio Moro (Getty/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 20 de março de 2017 às 19h14.

Última atualização em 20 de março de 2017 às 19h14.

São Paulo - O executivo Marcelo Odebrecht desistiu de chamar a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) como sua testemunha de defesa em uma das ações na qual é réu na Lava Jato.

O depoimento da petista estava previsto para a próxima sexta-feira, 24, mas os advogados de Marcelo comunicaram a desistência ao juiz Sérgio Moro na sexta-feira passada, 17.

A defesa do executivo, que fez delação premiada e deve deixar a prisão no final do ano, não informou os motivos que levaram a desistir da ex-presidente como testemunha.

Em janeiro, o empreiteiro já havia desistido de 15 testemunhas arroladas inicialmente, incluindo o ex-ministro Guido Mantega e a ex-presidente da Petrobras Graça Fostes.

No começo deste mês, o ex-presidente da maior empreiteira do País depôs ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na ação que pede a cassação da chapa Dilma-Temer, eleita em 2014, por abuso de poder político e econômico.

Na ocasião, em um depoimento sigiloso, ele afirmou que 4/5 dos recursos destinados pela empresa para a campanha da chapa Dilma Rousseff-Michel Temer tiveram como origem o caixa 2.

Segundo relatos, Marcelo afirmou que a petista tinha dimensão da contribuição e dos pagamentos, também feitos por meio de caixa 2, ao então marqueteiro do PT, João Santana.

A maior parte dos recursos destinados ao marqueteiro era feita em espécie.

O valor acertado para a campanha presidencial da chapa reeleita foi de R$ 150 milhões.

Deste total, de acordo com o empresário, R$ 50 milhões eram uma contrapartida à votação da Medida Provisória do Refis, encaminhada ao Congresso em 2009, e que beneficiou a Braskem, empresa controlada pela Odebrecht e que atua na área de química e petroquímica.

Palocci

Nesta ação penal em que Marcelo desistiu de Dilma como testemunha, a Procuradoria da República acusa o ex-ministro Palocci de atuar para favorecer a Odebrecht no governo federal e aponta que, graças ao ex-ministro, a empreiteira teria se beneficiado e vencido uma licitação de 2011 para a construção de seis sondas de exploração do pré-sal no valor de R$ 28 bilhões.

Além de Marcelo Odebrecht e Palocci, que respondem por corrupção e lavagem de dinheiro, outros 13 réus respondem a essa ação penal em Curitiba.

Não é a primeira vez que o empresário chama Dilma e Mantega para depor em sua defesa. Em maio ele já havia incluído a petista e o ex-ministro em outra ação penal, mas também acabou desistindo.

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