São Paulo - Com a manifestação de apoio formal da ex-candidata Marina Silva (PSB) ao candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, os principais grupos políticos já têm suas posições definidas no segundo turno, ainda que com diversas dissidências partidárias.
O cenário mostra uma ampla convergência em torno da candidatura do tucano, invertendo a tendência vista em pleitos anteriores.
Uma semana após ficar em terceiro lugar na eleição presidencial, Marina declarou ontem, em São Paulo, apoio a Aécio.
Também no fim de semana, a família de Eduardo Campos recebeu o tucano em Pernambuco e o filho do ex-candidato, João Campos, leu carta de apoio a Aécio. No decorrer da semana passada, PV, PSC, PSB, PSDC se manifestaram favoravelmente ao candidato do PSDB.
Já a presidente e candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT) recebeu o apoio formal do PROS, enquanto o PSOL de Luciana Genro optou por recomendar voto em Dilma ou nulo.
O governador reeleito de Santa Catarina no primeiro turno, Raimundo Colombo (PSD), já afirmou que trabalhará pela petista no segundo turno.
Além de PROS e PSD, a coligação de Dilma é formada pelo PP, PR, PRB, PDT e PCdoB. A coligação de Aécio é composta por DEM, PTB, SD, PMN, PTC, PT do B, PTN.
Dissidências
As dissidências dentro dos partidos, porém, foram abrangentes.
O senador Cristovam Buarque (PDT) contrariou orientação do presidente da sigla Carlos Lupi e declarou apoio ao tucano.
A executiva paulista da Rede Sustentabilidade, grupo político de Marina, ficou rachado após a decisão da ex-ministra. Segundo apurou o jornal O Estado de S. Paulo, uma carta conjunta deve ser apresentada nesta segunda-feira, na qual integrantes da executiva estadual renunciarão as suas funções.
O número de desligamentos pode chegar a sete. Oficialmente, na semana passada, a Rede recomendou voto em Aécio ou nulo, mas em seguida classificou a posição como um "grave erro político".
No PSB, Roberto Amaral, presidente interino do partido, foi contra a decisão oficial da legenda e declarou apoio pessoal a Dilma.
"A rebeldia do Amaral não muda nossa convicção e tampouco mudará a nossa decisão", declarou o deputado Beto Albuquerque, vice na chapa derrotada de Marina. Com isso, Amaral deve ser afastado da direção do partido.
O PMDB, partido de Michel Temer, candidato a vice na chapa de Dilma, também mostra-se dividido, com a ala do senador Jarbas Vasconcelos optando por Aécio.
Em Minas, por outro lado, o partido fez carta formal de apoio a Dilma.
Neste fim de semana, o líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), reeleito no último dia 5 de outubro, sinalizou para uma composição na Câmara com o PSDB.
"Não vejo dificuldade nenhuma de se posicionar em apoio a um futuro governo Aécio", afirmou ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.
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1. Segundo turno
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1/8 (REUTERS/Ricardo Moraes)
São Paulo - Algumas semanas atrás, era improvável que o segundo turno das eleições 2014 acontecesse entre Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB). Marina Silva (PSB) era a candidata em segundo lugar nas pesquisas de intenção de votos. Aécio, no entanto, virou o jogo e será o candidato a concorrer ao cargo nesse segundo turno. A seguir, veja outras viradas importantes da corrida eleitoral brasileira.
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2. Collor X Lula (1989)
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2/8 (Lula: Fabio Rodrigues Pozzebom/AGÊNCIA BRASIL; Collor: Orlando Brito/Veja)
As eleições presidenciais de 1989 marcaram uma grande virada. Em abril, Collor tinha apenas 17% das intenções de voto para o cargo de presidente. Após um crescimento grande, Collor passou no primeiro turno com 28% dos votos e Lula com 16%. No segundo turno, Collor venceu as eleições.
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3. FHC X Lula (1994)
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3/8 (Lula: AGÊNCIA BRASIL; FHC: Germano Lüders/EXAME)
Nas eleições presidenciais de 1994, Lula sofreu outra virada. O candidato do PT
liderava as pesquisas. Em maio, tinha 42% das intenções de votos. Fernando Henrique Cardoso, candidato do PSDB, por outro lado, tinha 16%. Com a consolidação do Plano Real, FHC ultrapassa Lula no início de agosto. No final das contas, Fernando Henrique vence as eleições ainda em primeiro turno, com 54% dos votos.
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4. Dilma X Serra (2010)
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4/8 (Antônio Cruz/AGÊNCIA BRASIL)
Serra liderava as pesquisas em abril de 2010. O candidato do PSDB tinha 38% das intenções de voto, enquanto Dilma tinha 28%. Em maio, no entanto, após uma subida rápida de Dilma, os dois ficaram empatados com 37% das intenções. Após o primeiro turno, Dilma passa em primeiro lugar, com 46% dos votos e Serra, com 32%.
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5. Dilma X Serra (2º turno de 2010)
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5/8 (Wilson Dias/AGÊNCIA BRASIL)
Antes mesmo que o primeiro turno acontecesse, as pesquisas mostravam que Dilma perderia para Serra. O candidato do PSDB levaria o segundo turno com 50% das intenções, contra 40% para a presidenciável do PT. Dilma vira, eventualmente, o jogo e vence as eleições.
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6. Anastasia X Helio Costa (MG - 2010)
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6/8 (Anastasia e Helio Costa: ABr)
Antonio Anastasia (PSDB) buscava reeleição ao cargo de governador de Minas Gerais em 2010. Seu principal adversário era Helio Costa (PMDB). As pesquisas apontavam Helio Costa à frente nas intenções de voto. Em julho, Costa tinha 44% das intenções de voto, enquanto Anastasia tinha apenas 18%. Em setembro, Anastasia ultrapassou Costa nas pesquisas e foi eleito ainda em primeiro turno, com 62% dos votos.
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7. Fernando Haddad (Prefeitura de São Paulo - 2012)
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7/8 (Paulo Fridman/Bloomberg)
Na campanha para prefeitura de São Paulo de 2012, ora as intenções de voto mostravam José Serra (PSDB) em primeiro, ora o candidato Celso Russomanno (PRB). Lá embaixo, de maneira discreta corria Fernando Haddad, candidato do PT. Até agosto,
Haddad sequer pontuava dois dígitos nas intenções. Até a última pesquisa de intenção de votos daquelas eleições, divulgada dias antes do primeiro turno, Russomanno estava em primeiro e Serra em segundo. No final das contas Serra e Haddad passaram para o segundo turno, o qual Haddad venceu com 55% dos votos.
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8. Agora, veja políticos votando neste domingo
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8/8 (Reuters)