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Manuela: estamos preparados para vencer eleição em qualquer cenário

O PT vai registrar o nome de Lula para a disputa presidencial no dia 15 de agosto, mas o petista deve ser barrado devido à Lei da Ficha Limpa

Manuela disse a jornalistas que ocupará a candidatura de vice-presidente seja a chapa encabeçada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ou não (Adriano Machado/Reuters)

Manuela disse a jornalistas que ocupará a candidatura de vice-presidente seja a chapa encabeçada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ou não (Adriano Machado/Reuters)

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Reuters

Publicado em 7 de agosto de 2018 às 13h47.

Última atualização em 7 de agosto de 2018 às 15h20.

São Paulo - A deputada estadual Manuela D'Ávila (PCdoB) disse nesta terça-feira que ela e o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT)estão preparados para vencer a eleição presidencial em qualquer cenário, e confirmou que ocupará a candidatura de vice-presidente da aliança seja a chapa encabeçada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ou não.

"Hoje, legalmente, nós teremos uma chapa composta por Lula --que é o candidato do PCdoB e do PT-- e com o Haddad de vice", disse Manuela a jornalistas em São Paulo na sede do PCdoB, ao lado de Haddad.

"O nosso acordo político é um acordo em que nós do PCdoB ocuparemos a vice em qualquer um dos cenários. Eu torço para que a Justiça decida que em 1º de janeiro eu tomarei posse como vice-presidente da República com Luiz Inácio Lula da Silva na Presidência, mas eu e o Haddad estamos prontos para vencer a eleição em qualquer cenário", acrescentou.

Lula está preso desde abril em Curitiba onde cumpre pena por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do tríplex no Guarujá. Como foi condenado pela 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), um órgão colegiado do Judiciário, ele estaria inelegível pela Lei da Ficha Limpa.

Haddad é o coordenador do programa de governo do PT e atualmente candidato a vice na chapa de Lula. No entanto, uma fonte disse à Reuters na semana passada que o ex-prefeito assumirá a cabeça de chapa caso Lula seja impedido de concorrer.

Publicamente, o PT tem insistido na candidatura de Lula, rejeitando a ideia de um Plano B ao ex-presidente e afirmado que registrará a candidatura dele na Justiça Eleitoral no dia 15 de agosto, limite do prazo legal para tanto.

Na entrevista, Haddad disse que o pacto que fechou com Lula limitou-se a ele ser vice do ex-presidente neste momento, e o futuro não foi discutido.

"Eu fui convidado para ser vice e aceitei com muita honra. Eu já me sinto honrado com o que aconteceu, não precisa mais nada na minha vida para eu me sentir honrado de estar ao lado do presidente Lula num momento desse", disse.

"Do meu ponto de vista, eu recebi um convite do presidente para figurar como vice neste momento, sabendo que no momento do registro a candidatura da Manuela a vice se impõe. Esse é o pacto que eu fiz com ele, não tem nada além disso".

Na madrugada de segunda-feira, PT e PCdoB anunciaram uma aliança na qual a vaga de vice neste momento seria ocupada por Haddad, para representar Lula. A presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann, no entanto, garantiu que Manuela ocupará a posição de Haddad "tão logo se estabilize juridicamente a situação de Lula".

Debate

O PT tem insistido na presença de Lula no debate que será realizado na quinta-feira na TV Bandeirantes, e um dos coordenadores da campanha petista, José Sergio Gabrielli, afirmou que o partido buscará meios judiciais para garantir a participação do ex-presidente.

"Vamos insistir na presença do Lula. Lula é o candidato. Se não tiver como, queremos a cadeira vazia com o nome dele", disse Gabrielli a jornalistas após a coletiva de Manuela e Haddad.

O PT aposta que, após o dia 15, com o registro da candidatura de Lula, as decisões sobre a execução da pena deixarão Curitiba e passarão a ser tomadas pela Justiça Eleitoral.

De acordo com Haddad, a legislação dá a candidaturas sub judice, como deverá ser o caso de Lula, todas as prerrogativas garantidas às demais candidaturas e, por isso, o PT acredita que o ex-presidente poderá participar da propaganda eleitoral no rádio e na TV, assim como de debates.

Caso Lula fique fora do debate da Bandeirantes, petistas estudam promover um debata paralelo nas redes sociais, mas Gabrielli disse que isso ainda está sendo discutido e o formato ainda não foi definido.

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