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Mantega rebate FMI e diz que situação fiscal melhora

A discussão vem em meio ao crescente distanciamento entre o duscurso do governo e as expectativas do mercado

O ministro da Fazenda, Guido Mantega: críticas ao FMI (José Cruz/AGÊNCIA BRASIL)

O ministro da Fazenda, Guido Mantega: críticas ao FMI (José Cruz/AGÊNCIA BRASIL)

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Da Redação

Publicado em 28 de janeiro de 2011 às 16h49.

Brasília - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, rebateu nesta sexta-feira o teor de um relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI) com perspectiva de piora para a situação fiscal do Brasil este ano.

"A previsão feita pelo Fundo Monetário está equivocada porque prevê um déficit nominal de 3,1 por cento para 2011, sendo que nos trabalhamos com um defiict nominal em torno de 1,8 por cento. Ou seja, quase a metade daquilo que está previsto", afirmou o ministro a jornalistas.

Na quinta-feira, o FMI liberou um relatório com comentários sobre a economia global, afirmando que o equilíbrio fiscal em países como Brasil, China e Índia estão mais fracos do que o previsto, ressaltando que a deterioração nas contas fiscais brasileiras é "particularmente pronunciada".

A discussão vem em meio ao crescente distanciamento entre o duscurso do governo e as expectativas do mercado quanto à dimensão do ajuste fiscal que será feito no país este ano dentro dos esforços para controlar a crescente inflação.

Economistas têm especulado sobre o tamanho do corte no Orçamento de 2011 que seria necessário para permitir que o Banco Central não seja obrigado a apertar ainda mais a política monetária. Após a alta da Selic em 0,5 ponto, para 11,25 por cento ao ano na semana passada, o mercado espera uma elevação de mais 1 ponto no atual ciclo.

"O BC conta com um corte de gastos do governo, se o governo não vier a cortar tantos gastos quanto o BC está esperando, vai precisar subir mais o juro", disse Fernanda Camino, economista da XP Investimentos.

Números como 50 a 60 bilhões de reais circulam pelo mercado. O governo ainda não deu qualquer sinalização sobre a dimensão do corte, embora esteja com discurso alinhado de que a economia será grande.

Mantega afirmou que o Banco Central está "afinado" com as diretrizes do governo de redução de gastos públicos, em prol do uso de uma política monetária menos apertada no combate à inflação. "Estamos nos complementando nessa matéria", disse.

"Vamos cumprir a meta cheia (de superávit) em 2011, vamos fazer um ajuste de modo que isso seja cumprido, De modo que a dívida que vai terminar em 2010 em torno de 41 por cento do PIB, que já é menor que 2009 que foi 42,5 por cento; em 2011 nós deveremos terminar abaixo de 38 por cento", disse Mantega.

Ao comentar os resultados do governo central referentes a dezembro, o secretário do Tesouro, Arno Augustin, disse também que o governo está planejando um "contigenciamento forte" para o Orçamento deste ano.

O coquetel de forte redução de gastos públicos seria o complemento necessário, juntamente com alta da Selic e as medidas macroprudenciais tomadas pelo BC em dezembro, para frear a inflação, que chegou a 5,91 por cento pelo IPCA em 2010. O centro da meta do BC é de 4,5 por cento.

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