Dilma sobre Mantega: "Ele comunicou que ele não tem como ficar no governo no segundo mandato por questões pessoais que eu peço para vocês respeitaram" (REUTERS/Ueslei Marcelino)
Da Redação
Publicado em 8 de setembro de 2014 às 16h44.
Brasília - A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta segunda-feira em entrevista ao "Estado de São Paulo" transmitida ao vivo pela internet que o atual ministro da Fazenda, Guido Mantega", pediu para não permanecer no cargo em um possível segundo mandato da governante.
"Ele comunicou que ele não tem como ficar no governo no segundo mandato por questões pessoais que eu peço para vocês respeitarem", disse Dilma.
Na semana passada, Dilma antecipou sua intenção de fazer mudanças em seu gabinete caso vença as eleições de outubro.
"Eu vi que depois que eu falei equipe nova e governo novo as pessoas fizeram várias ilações sobre o Guido Mantega", explicou Dilma.
A presidente argumentou que em um segundo mandato há sempre a obrigação de se melhorar a gestão. Dilma, no entanto, não revelou o nome de quem seria o próximo homem forte da economia em seu governo.
"Não vou dizer quem vai ser ministro no meu segundo mandato. Quero te dizer que eu acredito piamente que o Brasil vai entrar em uma nova fase. Temos todas as condições robustas para passar por uma nova fase", afirmou a presidente.
Dilma aproveitou para defender a atual situação econômica do país: "não estamos mais naquele momento em que tínhamos que segurar o país com as duas mãos se não desempregávamos".
A atual chefe de Estado traçou uma comparação entre o Brasil e a Europa, que segundo ela fez uma política duríssima de austeridade e não dá um único passo à frente".
"Você vê queda na Alemanha, queda de produção na Europa. Eu gosto muito mais do nosso método. Garantimos que o salário se valorizasse, todas as políticas de concessões. Fazemos políticas industriais sim. Apostamos na inovação", afirmou.
Mantega é ministro da Fazenda desde 2006, quando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva exercia seu segundo mandato.
O ministro, de 65 anos, vem sendo muito criticado ultimamente pela alta da inflação (6,5% anual) e por não conseguir evitar o crescimento negativo registrado nos dois últimos trimestres, o que se configura em uma recessão técnica. EFE