O ministro da Fazenda, Guido Mantega: ele está feliz com o acordo do G20 (José Cruz/AGÊNCIA BRASIL)
Da Redação
Publicado em 19 de fevereiro de 2011 às 16h53.
Paris - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, considerou positivo o acordo fechado hoje pelo G-20. "O Brasil está plenamente satisfeito porque (o texto) aponta alguns desequilíbrios externos que indicam que existe guerra cambial, que existem países com o cambio mais valorizado que outros, portanto vai na direção que o Brasil gostaria", afirmou.
Depois de ter cancelado a entrevista coletiva com a imprensa, o ministrou deu declarações a jornalistas em Paris. Segundo ele, o Brasil era favorável à inclusão da taxa de câmbio entre os parâmetros para avaliação dos desequilíbrios globais. Essa postura brasileira, até então, não aparecia explícita. A China, que como o Brasil compõe os Brics, era contra o critério cambial já que mantém sua moeda controlada e desvalorizada.
Mantega já havia dito várias vezes que não existe apenas um país responsável pelos desequilíbrios globais. Chegou a criticar a política cambial da China, mas nunca deixou de mencionar os efeitos causados pela política monetária dos Estados Unidos.
Reservas internacionais
Também como o Brasil queria, as reservas internacionais foram descartadas como um parâmetro para avaliação dos desequilíbrios globais. Além disso, os quesitos servirão como recomendações aos países e não serão metas compulsórias. "O Brasil não cedeu em nada, tudo que está aí interessa ao Brasil", disse.
O ministro comemorou ainda a decisão do G-20 sobre as commodities. A França vinha defendendo a imposição de regras para segurar os preços dos alimentos e encontrou oposição do Brasil. Prevaleceu uma posição satisfatória ao País de que deve haver mais transparência no mercado de derivativos.
O debate sobre a regulação do mercado de matérias-primas acabou adiado e nenhuma iniciativa foi tomada pelo G-20 para a administração internacional de estoques de alimentos. Tanto que a ministra de Finanças da França, Christine Lagarde, afirmou que o grupo precisaria ir mais longe na questão da transparência e identificação dos estoques.