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Mantega e Meirelles estão atentos, diz Lula

De acordo com o presidente, ministro da Fazenda e presidente do BC vão atuar em conjunto para preservar a economia

O presidente Lula: "vamos tomar as medidas na hora certa" (Wilson Dias/AGÊNCIA BRASIL)

O presidente Lula: "vamos tomar as medidas na hora certa" (Wilson Dias/AGÊNCIA BRASIL)

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Da Redação

Publicado em 20 de outubro de 2010 às 17h28.

Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva orientou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, a se manterem em alerta. A ideia é que Mantega e Meirelles estejam prontos para adotar as medidas necessárias para a preservação da economia brasileira evitando prejuízos em decorrência da queda do valor do dólar e da sobrevalorização do real. Otimista, o presidente sinalizou hoje (20) que as perspectivas são positivas.

"O ministro Mantega e [o presidente do Banco Central] Meirelles têm orientação minha para ficarem atentos 24 horas por dia. Vamos tomando as medidas na hora certa em que tivermos que tomar", afirmou o presidente, em rápida entrevista concedida hoje no Palácio do Planalto. Segundo ele, os países desenvolvidos deveriam seguir o exemplo do Brasil, que, quando houve a crise financeira internacional, adotou medidas para evitar os efeitos na economia nacional.

Lula acrescentou ainda que as medidas tomadas pelo governo são suficientes para garantir um saldo positivo na balança comercial. "Estamos com a nossa balança comercial razoável, vamos chegar a por volta de US$ 195 bilhões de exportação. Vamos ter um superávit importante. Isso significa que apostamos no auge da crise que era preciso mais livre comércio, [pois isso] vende mais e compra mais. Fomos contra qualquer restrição ao comércio e estamos nos saindo bem", disse.

O presidente afirmou também que Mantega advertiu durante a reunião preparatória do G20, na Canadá, sobre as consequências causadas por uma guerra fiscal. "O Guido disse na reunião do G20 que existia uma grande guerra cambial e todo mundo está vendo que existe uma guerra cambial e que nós precisamos discutir no G20 [encontro que será realizado em novembro na Coreia com a presença de chefes de Estado e de governo] uma solução para isso."

Segundo Lula, as informações que recebeu do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior indicam que não há razões para reduzir as importações, mas intensificar os esforços para aumentar as exportações. "Na hora em que o Miguel Jorge [ministro da pasta] me procurar e disser que as importações estão incomodando, aí iremos tomar medidas. Por enquanto, o que ele acha é que a gente não tem que diminuir as importações, mas temos que continuar trabalhando para aumentar nossas exportações", disse.


O presidente ressaltou que todas as providências serão tomadas, caso ocorra alguma ameaça em relação a uma valorização excessiva do real em comparação ao dólar. "Nós tomaremos tantas medidas quantas forem necessárias para não permitir que o real se valorize muito em relação ao dólar. É importante lembrar que o problema não é do Brasil", disse ele.
Lula acrescentou que quase todas as moedas do mundo estão se valorizando diante do dólar. "Os Estados Unidos precisam encontrar uma forma de recuperar sua economia. Não é possível que a maior economia do mundo, ou uma das maiores - tanto a europeia como a norte-americana, que sabiam de tudo quando eram os países pobres que tinham crise -, não saibam como resolver sua própria crise."

O presidente afirmou também que o governo redobrou as atenções e os cuidados para evitar os efeitos do agravamento da crise financeira internacional no Brasil. "[Estamos] fazendo as coisas que o Brasil fez. O que fizemos quando a crise veio: muito mais investimentos em infraestrutura, reduzimos impostos para que aumentasse o consumo e criamos as condições para que o povo brasileiro pudesse consumir mais. Não é possível que o mundo rico não resolva seus problemas, quem sofre mais é o mundo pobre", disse ele. "Acho que o Brasil hoje serve de exemplo para qualquer país do mundo."

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