Brasil

Manifestantes vão às ruas contra corrupção, diz pesquisa

O impeachment da presidente é apenas 14º motivo mais votado, entre 18 apresentados aos entrevistados pelo Instituto Ipsos


	Mulher com rosto pintado protesta no Rio de Janeiro (RJ): Casos de corrupção e melhorias na área de saúde são principais motivos de críticas
 (REUTERS/Ricardo Moraes)

Mulher com rosto pintado protesta no Rio de Janeiro (RJ): Casos de corrupção e melhorias na área de saúde são principais motivos de críticas (REUTERS/Ricardo Moraes)

DR

Da Redação

Publicado em 15 de março de 2015 às 12h39.

São Paulo - O impeachment da presidente Dilma Rousseff não é a prioridade dos que pretendem ir às ruas neste domingo (15)  nos protestos contra o governo.

Segundo pesquisa do instituto Ipsos, feita entre os dias 9 e 11 de março em São Paulo, Porto Alegre e Recife, o que mais motiva os manifestantes é o pedido pelo fim da corrupção, seguido por melhorias na saúde pública.

O impedimento da presidente é apenas 14º mais votado, entre 18 motivos apresentados aos entrevistados. "As pessoas não declaram que estão indo pelo impeachment. Há outros motivos como corrupção e inflação", conta o diretor do Ipsos Dorival Mata-Machado.

Outros motivos citados pelos entrevistados são, na ordem, falta de segurança, aumento das passagens, inflação, melhorias na educação, aumento do desemprego, crise de água e descrença na política em geral. "A corrupção, se pegar o histórico, sempre foi uma preocupação muito mais visível das classes A e B. Agora são todas as classes sociais", diz o pesquisador.

Entre os ouvidos, 24% consideram a possibilidade de ir às ruas no próximo domingo. As manifestações são aprovadas por 65% dos entrevistados. "O discurso da presidente em rede nacional, e tudo que se gerou no discurso, teve um impacto muito grande. Os argumentos não foram aceitos e a forma como isso repercutiu, ou foi repercutida, aumentou a discussão sobre os protestos", analisa Mata-Machado.

No discurso do último domingo, em homenagem ao Dia da Mulher, a presidente Dilma explicou o ajuste fiscal promovido pela equipe econômica liderada por Joaquim Levy, mas, segundo a pesquisa Ipsos, não conseguiu convencer. Somente 18 % dos entrevistados acreditam que a inflação é um fenômeno temporário e 84% não acreditam que o governo esteja fazendo ajustes necessários.

Além disso, a alegação de que a crise atual se deve à crise internacional não é aceita por 73% dos entrevistados. "A população está ficando mais crítica sobre as explicações que estão sendo dadas a ela", diz Mata-Machado. A pesquisa sobre as manifestações ouviu 800 pessoas entre os dias 9 e 11 de março em Porto Alegre, São Paulo e Recife.

Pulso

Outra pesquisa do instituto mediu a popularidade da presidente Dilma e a reprovação chegou ao nível mais baixo desde a posse. Segundo os números, 19% dizem que o governo é bom ou ótimo, regular positivo para 16% e regular negativo 15%. Os que acham o governo ruim ou péssimo são, respectivamente, 17% e 33%.

Na região Nordeste, onde a presidente tem os melhores índices, a avaliação negativa ultrapassou a positiva. A pesquisa de popularidade, chamada Pulso Brasil, foi feita 1200 pessoas nas cinco regiões do País.

Acompanhe tudo sobre:CorrupçãoDilma Rousseffeconomia-brasileiraEscândalosFraudesGoverno DilmaPersonalidadesPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosProtestosProtestos no BrasilPT – Partido dos Trabalhadores

Mais de Brasil

Acidente com ônibus escolar deixa 17 mortos em Alagoas

Dino determina que Prefeitura de SP cobre serviço funerário com valores de antes da privatização

Incêndio atinge trem da Linha 9-Esmeralda neste domingo; veja vídeo

Ações isoladas ganham gravidade em contexto de plano de golpe, afirma professor da USP