Nós vamos dar um sentido social, um sentido decente para aquela área e para aquela população, disse Cabral (Valter Campanato/AGÊNCIA BRASIL/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 14 de outubro de 2012 às 12h07.
Rio de Janeiro – Depois da ocupação ocorrida na madrugada de hoje (14), os complexos de favelas de Manguinhos e Jacarezinho, na zona norte do Rio, vão ser reestruturados pelo estado, informou o governador Sergio Cabral, que conversou com a imprensa no Centro de Comando e Controle da Polícia Militar. De acordo com ele, serão investidos R$ 100 milhões em infraestrutura, para a desapropriação de imóveis e construção de apartamentos.
“Nós vamos dar um sentido social, um sentido decente para aquela área e para aquela população. Estou enxergando aquela região, nos próximos seis, oito, dez anos, completamente redefinida do ponto de vista urbanístico, do ponto de vista social, do ponto de vista da ocupação territorial, com as pessoas vivendo dignamente em uma área nobre do Rio, uma área que se perdeu em meio à violência”.
O governador explicou que já foi feito contrato de empréstimo com o Banco do Brasil para a construção de 9 mil apartamentos na região. Cabral também anunciou a desapropriação da Refinaria de Manguinhos que, segundo ele, “há muito tempo não refina nada e serve só para a estocagem de etanol”.
Ele informou que, até o fim do ano, será construído um cineteatro com 250 lugares e cinema 3D na Praça da Cidadania do Jacarezinho, onde já existe uma biblioteca com 27 mil livros e 5.500 sócios. Os dois complexos ocupados hoje abrigam cerca de 70 mil pessoas.
O governador garantiu que a polícia não vai sair do Jacarezinho. A previsão é que, até dezembro, seja instalada a Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) de Manguinhos e, até o fim de janeiro, a do Jacarezinho. Ele lembrou que a política das UPPs vai completar quatro anos. “É incrível o que nós fizemos nesses quatro anos, depois de 40 anos de abandono da segurança pública do Rio de Janeiro”.
Cabral agradeceu o apoio do governo federal e das Forças Armadas na Operação Pacificação Manguinhos e lembrou que o novo paradigma da segurança pública é o trabalho integrado entre as corporações.