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Mandetta não comparece à entrevista coletiva no Planalto

Assessoria e auxiliares do ministro chegaram a garantir durante o evento que ele chegaria, o que não ocorreu

Mandetta: ministro tem histórico de tensões com o presidente Jair Bolsonaro (Ueslei Marcelino/Reuters)

Mandetta: ministro tem histórico de tensões com o presidente Jair Bolsonaro (Ueslei Marcelino/Reuters)

AO

Agência O Globo

Publicado em 13 de abril de 2020 às 20h31.

Um dia depois de dizer que o governo precisa ter um discurso unificado no combate ao novo coronavírus, em entrevista ao Fantástico, da Rede Globo, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, não compareceu à entrevista coletiva realizada no fim da tarde desta segunda-feira no Palácio do Planalto.

O seu nome constava na lista divulgada pela Secretaria Especial de Comunicação (Secom) da Presidência, assim como os ministros da Casa Civil, Braga Netto, e da Advocacia-Geral da União (AGU), André Mendonça, que também não participaram.

Apenas Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública) e Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos) falaram à imprensa na entrevista diária promovida no Planalto.

"Agendas dos ministros Braga Netto, Mandetta e André Mendonça foram ajustadas na tarde de hoje, o que provocou mudança nas participações da coletiva de imprensa no Planalto", informou a Secom.

A assessoria de Mandetta, porém, informou que ele estava a caminho do Planalto e participaria da apresentação realizada pelos técnicos da pasta, após a coletiva com ministros. Ao abrir a apresentação, o número dois da pasta, João Gabbardo dos Reis, também enfatizou que seu chefe estava a caminho. Mandetta, porém, não chegou e os auxiliares disseram não sabre onde ele estava.

A ausência ocorreu após a entrevista do ministro da Saúde ser interpretada por interlocutores de Jair Bolsonaro como uma provocação ao presidente. Antes defensores da permanência de Mandetta no cargo em prol da estabilidade no governo, ministros da ala militar do Palácio do Planalto começam a rever seus posicionamentos após o episódio.

Na avaliação de parte da ala militar do Planalto, Mandetta agiu com “covardia” e “molecagem” ao criticar publicamente o presidente. Esse grupo considerou a entrevista como uma tentativa de “forçar a sua demissão”, já que o titular da Saúde tem repetido que não vai pedir demissão, porque “médico não abandona paciente”.

No Fantástico, Mandetta fez questão de criticar pessoas que estejam afrouxando as regras de isolamento e mencionou pessoas que frequentam “padarias”. Na sexta-feira passada, o presidente circulou por Brasília, entrando em farmácia, padarias e cumprimentou apoiadores nas ruas.

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