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Maluf diz que erro de Serra ajudou Haddad em SP

O ex-prefeito de São Paulo e deputado federal Paulo Maluf (PP) arriscou o palpite de que Haddad terá 1,2 milhão de votos a mais que Serra


	Maluf também criticou o marqueteiro de Serra, Luiz Gonzalez
 (Mario Rodrigues/Veja São Paulo)

Maluf também criticou o marqueteiro de Serra, Luiz Gonzalez (Mario Rodrigues/Veja São Paulo)

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Da Redação

Publicado em 28 de outubro de 2012 às 14h39.

São Paulo - O ex-prefeito de São Paulo e deputado federal Paulo Maluf (PP) disse na manhã deste domingo que o candidato José Serra (PSDB) errou ao criticar a aliança dele com Fernando Haddad (PT) e terminou por dar votos ao adversário. Maluf avalia que a estratégia do tucano beneficiou Haddad, porque, ao atacar na propaganda de TV a aliança PP-PT, serviu como um aviso ao eleitorado malufista: "votem no petista". Maluf afirmou que também contribuiu com a votação de Haddad.

"Os nossos adversários erraram na estratégia. Atacaram a aliança Haddad-Partido Progressista-Maluf e aí eles comunicaram aos malufistas que nós estávamos com Haddad", disse o deputado antes de votar, na sede da Faculdade de Engenharia de São Paulo, no Jardim Europa, zona oeste. "Nossos adversários fizeram uma boa campanha para o Haddad."

Maluf também criticou o marqueteiro de Serra, Luiz Gonzalez, que resgatou imagens de Maluf pregando votos no ex-prefeito Celso Pitta e ligou a imagem dele à de Haddad. "Foi um grande erro do marqueteiro do Serra. O Serra, que é um homem experiente, não devia ter permitido que através do horário eleitoral dele se comunicasse que eu estava apoiando o Haddad. Ele deu votos para o Haddad no horário dele."

Maluf arriscou o palpite de que Haddad terá 1,2 milhão de votos a mais que Serra. Parte deles, afirma, virá de seu eleitor fiel. "Lógico que dei votos para o Haddad. Olha aqui quantos malufistas vão votar no 13", disse cercado por apoiadores. "O nosso partido deu uma contribuição porque o Datafolha dava que 12% da população de São Paulo estava disposta a votar num candidato que o Paulo Maluf e o Partido Progressista apoiassem. E nós começamos quando ele tinha 3% (das intenções de voto). Depois vocês viram que ele foi crescendo, crescendo", sustenta.

A aliança de Haddad com Maluf, costurada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e marcada por uma foto no jardim da casa de Maluf, gerou insatisfação no PT. Haddad chegou a perder a então candidata a vice na chapa, a ex-prefeita e deputada Luiza Erundina (PSB). Erundina se recusou a fazer campanha ao lado de Maluf, antigo adversário.


Maluf definiu Haddad como uma "obra de Lula e Dilma". Mas disse que conversou com o petista pelo telefone e deu dicas e conselhos sobre como se portar em debates, apesar de não terem se encontrado mais. Ele também acredita que a "população gosta de renovação" e que o Executivo "deve ter gente mais jovem". "Graças a Deus deu Haddad, moço novo, de 49 anos, cheio de vontade de fazer. Essa cidade precisa de alguém para solucionar seus problemas."

Maluf disse que tentará se reeleger deputado em 2014, em razão da experiência e da idade avançada, de 81 anos. Em palpite sobre Serra, de 70 anos, afirmou que o tucano se elegeria deputado federal com facilidade, 500 mil votos, e tem chances para senador. Ainda arriscou que não deve se candidatar a governador e que as derrotas são pedagógicas. "Ele perdeu, acho que ele há de ter seus ensinamentos pela derrota e pode ser vitorioso em outras eleições. Ele há de fazer pesquisas e saber em 2014 o que ele tem de dividendo eleitoral. Mas quem sou eu para dar lição pros tucanos. Eles que são bicudos que se entendam".

Secretariado

Também presidente do PP paulista, Maluf disse que o partido não fez exigências de cargos na Prefeitura. Mas poderá contribuir se Haddad quiser. O partido tem interesse na Secretaria Municipal de Habitação. "Não pedimos nada. Absolutamente nada. Foi um casamento na igreja, com o cardeal Lula, à vista de toda a mídia. Fizemos pela primeira vez não um casamento atrás da igreja, mas na frente, com véu, grinalda e todos os cardeais presentes." Maluf ressaltou a participação do ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro (PP), "coroinha" que agendou a visita de Lula à casa de Maluf. O PP ganhou mais uma secretaria no ministério pela aliança.

Maluf não quis revelar quem o partido tende a apoiar nas eleições de 2014. O PP faz parte da base da presidente Dilma Rousseff (PT), que vai tentar reeleição. Em São Paulo, Maluf tem independência dentro do Partido Progressista e disse que o governador Geraldo Alckmin (PSDB) merece ser reeleito.

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