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Malala vem ao Brasil, um país que segue matando estudantes

A ativista Malala Yousafzai vem pela primeira vez ao Brasil para falar, a convite do Itaú Unibanco, sobre o poder transformador da educação e da leitura

Malala: Ativista defendeu igualdade de gênero no fórum de Davos, neste ano  (Southbank Centre/Creative Commons)

Malala: Ativista defendeu igualdade de gênero no fórum de Davos, neste ano (Southbank Centre/Creative Commons)

DR

Da Redação

Publicado em 9 de julho de 2018 às 06h18.

Última atualização em 9 de julho de 2018 às 07h45.

Conhecida internacionalmente por sua defesa ao direito das meninas à educação, a ativista Malala Yousafzai vem pela primeira vez ao Brasil. Ela chega a São Paulo nesta segunda-feira 9, para falar, a convite do Itaú Unibanco, sobre um tema caro à sua história: o poder transformador da educação e da leitura.

Ela vai participar de um evento fechado para convidados no Auditório Ibirapuera, com a presença de alunos de escolas públicas e representantes de ONGs brasileiras. A presidente e fundadora do Instituto Alana, Ana Lúcia Villela, será uma das participantes da conversa, que será conduzida por Adriana Carranca, autora de um livro infantil sobre Malala.

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A luta pela educação foi o que pautou a história da jovem paquistanesa e tornou-a conhecida. Em 2007, militantes do Talibã tomaram o controle da terra natal de Malala, Swat, no Paquistão, determinando a execução pública daqueles que violassem suas regras. Contrários à educação de mulheres, o Talibã emitiu um decreto que proibia garotas de frequentarem escolas e passou a realizar ataques contra os colégios. Na época, Malala começou a escrever em um blog, usando um pseudônimo, sobre como era a vida no regime, e depois, passou a defender publicamente o direito das mulheres à educação.

Devido à atenção internacional que vinha recebendo, Malala se tornou um alvo do Talibã. Em 2012, com apenas 15 anos, ela voltava para casa em um ônibus escolar, quando um militante entrou no veículo perguntando por ela e atirou em sua cabeça. Malala foi levada ao Reino Unido, onde médicos conseguiram retirar a bala.

Com 17 anos, ela recebeu o Nobel da Paz, tornando-se a pessoa mais jovem da história a receber o prêmio. Em março deste ano, seis anos após o atentado, Malala retornou ao Paquistão pela primeira vez. “Quando eu não voltei para casa da escola naquele dia em 2012, minha mãe se perguntou se eu um dia veria meu quarto de novo”, disse. “Ver-me ali deixou minha mãe tão feliz. Ela disse: ‘A Malala deixou o Paquistão com os olhos fechados, agora ela retorna com os olhos abertos’.”

A violência vivida por Malala encontra ecos no Brasil. No final de junho, o jovem de 14 anos Marcos Vinícius foi morto no caminho para a escola durante uma operação policial na favela da Maré, no Rio de Janeiro. Em um país onde crianças são impedidas de ir à escola pela violência, as palavras de Malala chegam em momento oportuno.

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