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Mais médicos: horas dos brasileiros?

Nesta terça-feira, os deputados devem votar uma medida provisória que prorroga o Programa Mais Médicos, lançado em 2013, por mais três anos. A segunda etapa deve dar mais estímulos aos médicos brasileiros, por pressão do Conselho Federal de Medicina e da Associação Médica Brasileira. Hoje, eles já têm preferência na disputa pelas vagas, mas são minoria. Hoje, há […]

MÉDICA CUBANA: dra. Irianna Ramad realiza atendimento; programa deve ser renovado, mas brasileiros serão prioridade / AGPT (AGPT/Divulgação)
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Da Redação

Publicado em 1 de agosto de 2016 às 21h27.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h30.

Nesta terça-feira, os deputados devem votar uma medida provisória que prorroga o Programa Mais Médicos, lançado em 2013, por mais três anos. A segunda etapa deve dar mais estímulos aos médicos brasileiros, por pressão do Conselho Federal de Medicina e da Associação Médica Brasileira. Hoje, eles já têm preferência na disputa pelas vagas, mas são minoria. Hoje, há 18.240 médicos no programa e mais de 11.400 são cubanos (63%).

Apesar da tentativa de reverter a porcentagem, o ministério da Saúde autorizou a entrada de 1.200 novos médicos cubanos para ajudar a repor 1.500 vagas desfalcadas. Os cubanos que teriam seus contratos finalizados entre julho e outubro também tiveram sua permanência prorrogada até novembro, para suprir a demanda das Olimpíadas e das eleições. Mas 20% dos médicos estrangeiros devem ser substituídos depois desse período.

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Os cubanos têm atuação elogiada, mas são uma solução de curto prazo (e polêmica, já que ficam com apenas 3.000 reais dos 10.000 pagos pelo Brasil a Cuba por profissional). O plano, agora, é fixar médicos no interior do país.O programa custa 2,7 bilhões de reais por ano, e deve ter orçamento maior em 2017. Está em negociação com Cuba o reajuste salarial dos médicos, que estão sem aumento desde 2013. Para incentivar os médicos brasileiros, o governo deve oferecer ajuda de custo para alimentação e moradia. Desde 2015, os médicos brasileiros conseguem também um acréscimo de 10% na nota da prova da residência garantido após um ano de atuação no programa. Essa medida também deve ser revista, para garantir que os médicos fiquem mais tempo nas comunidades e desenvolvam um trabalho de longo prazo.

Encerrar o programa está fora de cogitação. Com o Mais Médicos, houve queda nas hospitalizações e na mortalidade infantil, além de melhora na cobertura: cerca de 2.500 municípios são atendidos exclusivamente por médicos do programa. Hoje, a maioria dos municípios com mais de 20% da população em extrema pobreza é atendida por cubanos, bem como 99% dos indígenas.Resta saber se os médicos brasileiros estarão dispostos a ir tão longe.

Mais dados sobre o programa no gráfico abaixo.

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