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Rejeição sobe e maioria já apoia impeachment de Bolsonaro, mostra pesquisa

Saída de Moro impactou negativamente o governo, que perdeu seu ministro mais popular após acusações de interferência política na Polícia Federal

Bolsonaro e Moro: ex-ministro da Justiça fez acusações graves contra o presidente na semana passada (Carolina Antunes/PR/Flickr)

Bolsonaro e Moro: ex-ministro da Justiça fez acusações graves contra o presidente na semana passada (Carolina Antunes/PR/Flickr)

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Clara Cerioni

Publicado em 27 de abril de 2020 às 10h38.

Última atualização em 27 de abril de 2020 às 14h47.

A tumultuada saída do ex-ministro da Justiça Sergio Moro do governo de Jair Bolsonaro, em meio à pandemia do novo coronavírus, impactou significativamente a popularidade e a imagem do presidente, segundo revela nova pesquisa da Atlas Política, divulgada nesta segunda-feira, 27.

Pela primeira vez na série histórica iniciada em maio de 2019, a maioria dos entrevistados (54%) é favorável ao impeachment de Bolsonaro, quatro pontos percentuais a mais do que na última pesquisa, de março. Os contrários a sua saída caíram de 45% há um mês, para 37%.

Enquanto Bolsonaro vê sua popularidade derreter, Moro, que é considerado por uma parcela dos brasileiros como o símbolo do combate à corrupção no país, encontra espaço para ganhar mais apoio popular.

A pesquisa foi realizada pela internet com 2.000 pessoas entre 24 e 26 de abril, período que inclui os rumores e efetivação da demissão do agora ex-ministro da Justiça e Segurança Pública. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95%.

No pronunciamento do ex-juiz na última sexta-feira, 25, para pedir exoneração do cargo, ele fez inúmeras acusações contra o presidente, incluindo falsidade ideológica e interferência em instituições para benefício pessoal, com margem para serem enquadradas em crime de responsabilidade, passível de impeachment.

A gota d'água para seu pedido de demissão, afirmou Moro, foi a exoneração do diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, que era seu aliado e homem de confiança.

Depois de sua fala, Bolsonaro também fez um pronunciamento com o objetivo de "reestabelecer a verdade" sobre as revelações de Moro. Em sua fala, o presidente leu um comunicado escrito negando acusações do ex-juiz, se disse “decepcionado e surpreso” com seu comportamento e afirmou que “o governo continua”.

A postura de Moro de "sair para preservar sua biografia", como afirmou no pronunciamento, teve um impacto positivo para sua imagem. De acordo com o Atlas Político, 68% dos entrevistados discordam da demissão de Valeixo, 72,2% concordam com as críticas feitas por Moro a Bolsonaro e 58,6% consideram que o ex-juiz é quem tem razão na disputa com o presidente sobre a demissão do ex-chefe da PF.

A pesquisa mostra, ainda, que a saída de Moro piora a imagem de Bolsonaro para 66% dos entrevistados, ao passo de 58% acreditam que haverá "renúncia ou impeachment" do presidente.

Nesta semana, a popularidade de Moro também ganhou tração e o percentual dos entrevistados que consideram sua imagem positiva saltou nove pontos percentuais entre novembro do ano passado e agora, atingindo 57,3%.

Já a figura do presidente, cuja avaliação negativa supera a positiva desde maio do ano passado, atingiu 64,6% nessa última pesquisa.

 

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