Câmara dos Deputados: 65% dos deputados são contra o fim da escala 6x1 (Reprodução/Câmara dos Deputados)
Repórter de agro e macroeconomia
Publicado em 12 de dezembro de 2025 às 13h02.
Uma grande maioria dos deputados brasileiros se opõe ao fim da jornada de trabalho 6x1 e às mudanças propostas na Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Os dados foram divulgados pela pesquisa realizada pela Genial Quaest e publicados nesta sexta-feira, 12.
O levantamento, que contou com a participação de 167 parlamentares da Câmara dos Deputados, revela uma resistência considerável a essas alterações, indicando que as mudanças ainda não têm amplo apoio na Casa.
A pesquisa aponta que 45% dos deputados são contra a mudança da escala 6x1 — seis dias de trabalho para um de descanso.
Nesta semana, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal aprovou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 148/2015, que extinguiria a escala 6x1 e permitiria aos trabalhadores ter dois dias de descanso, em vez de um.
A proposta, que tramita desde 2015, visa reduzir a jornada de trabalho e extinguir a escala 6x1.
Segundo a pesquisa, 68% dos parlamentares que se identificam com a direita são contra a mudança da escala. Já entre os que se identificam com a esquerda, 96% são favoráveis, enquanto 51% dos centristas se opõem à proposta e 37% a apoiam.
Questionados sobre o fim da obrigatoriedade da Carteira Nacional de Habilitação (CNH), 45% dos deputados se opõem à medida do governo, anunciada no início de dezembro, enquanto 38% são a favor.
Nesta semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro dos Transportes, Renan Filho, lançaram a nova CNH, que permite a concessão da habilitação sem a necessidade de o motorista passar obrigatoriamente por uma autoescola.
Com a nova resolução, quem desejar obter a CNH poderá realizar o exame de direção sem frequentar uma autoescola. Segundo a Senatran, 20 milhões de brasileiros já dirigem sem habilitação, enquanto 30 milhões têm idade para obter a CNH, mas ainda não a emitiram.
A pesquisa revela que, entre os parlamentares de esquerda, 47% são favoráveis à medida, enquanto, entre os de direita, esse número é de 33%.