Brasil

Maia e embaixador chinês discutirão impasse sobre insumos para vacinas

Iniciada domingo, a vacinação pode ser interrompida em pouco tempo por dificuldades na importação de imunizantes e de matéria-prima para a produção

Presidente da Câmara dos Deputados, dep. Rodrigo Maia (Najara Araújo/Agência Câmara)

Presidente da Câmara dos Deputados, dep. Rodrigo Maia (Najara Araújo/Agência Câmara)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 19 de janeiro de 2021 às 16h22.

Diante da dificuldade do Brasil em importar insumos para produzir vacinas contra a covid-19, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), pediu uma audiência com o embaixador da China, Yang Wanming, para tratar sobre o assunto. Segundo Maia, o encontro deve ocorrer nesta quarta-feira, 20, pela manhã.

Iniciada domingo, a vacinação contra a covid-19 no país pode ser interrompida em pouco tempo por dificuldades na importação de imunizantes prontos e de matéria-prima para a produção. O programa começou com apenas seis milhões de doses da Coronavac, importadas da China.

O Instituto Butantã ainda aguarda a chegada do chamado Insumo Farmacêutico Ativo, o princípio ativo da vacina, que também vem da China, para poder fabricar mais doses. Para especialistas, há risco real de a vacinação contra a covid-19 ser interrompida em pouco tempo, por falta total de imunizantes.

A iniciativa de Maia ocorre após integrantes do governo brasileiro entrarem em conflito com os chineses em outras ocasiões. Em novembro do ano passado, por exemplo, o Ministério das Relações Exteriores saiu em defesa do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e classificou como "ofensiva" e "desrepeitosa" a reação da embaixada da China a declarações do filho "Zero Três" do presidente Jair Bolsonaro. Nas redes sociais, Eduardo havia vinculado o governo chinês à "espionagem" por meio da tecnologia 5G, o que provocou protesto dos chineses. Para o Itamaraty, chefiado por Ernesto Araújo, a réplica chinesa criou "fricções desnecessárias" e prejudicou a boa relação entre os países.

Diante desse histórico e do atraso dos insumos, o deputado Paulo Teixeira (PT-SP) sugeriu que uma delegação de parlamentares seja destacada para encontrar uma solução para a importação de insumos da China e também da Índia. Segundo ele, Bolsonaro não tem "condições" de estar à frente dessa negociação.

"O Congresso Nacional precisa mandar uma delegação parlamentar para conversar com a diplomacia chinesa a fim de negociar a vinda dos IFAs-Insumos Farmacêuticos Ativos para produção de vacinas no Brasil. O presidente não tem condições para negociar. @RodrigoMaia @davialcolumbre", escreveu o deputado no Twitter.

Além dos insumos chineses, o Brasil ainda aguarda a liberação de 2 milhões de doses da vacina produzida pela Universidade de Oxford em parceria com o laboratório AstraZeneca. O governo brasileiro chegou a preparar um avião na semana passada para buscar o imunizante, mas o país asiático negou a liberação imediata.

Numa tentativa de acelerar essa liberação, Bolsonaro recebeu embaixador indiano no Brasil, Suresh K. Reddy, para uma reunião ontem no Palácio do Planalto. O país asiático, no entanto, ainda não definiu quando vai liberar as 2 milhões de doses.

Acompanhe tudo sobre:ChinaCoronavírusPandemiaRodrigo MaiaSaúde no BrasilSinovac/Coronavacvacina contra coronavírusVacinas

Mais de Brasil

Acidente com ônibus escolar deixa 17 mortos em Alagoas

Dino determina que Prefeitura de SP cobre serviço funerário com valores de antes da privatização

Incêndio atinge trem da Linha 9-Esmeralda neste domingo; veja vídeo

Ações isoladas ganham gravidade em contexto de plano de golpe, afirma professor da USP