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Máfia do ISS de SP dava mesada até a fiscais honestos

A mesada era paga para que os servidores trabalhassem além de suas cotas normais de serviço, agilizando a entregar de guias de quitação às construtoras


	Prédios no centro de São Paulo: segundo o promotor que lidera as investigações do caso, havia três tipos de servidores no departamento
 (Marcos Santos/USP Imagens)

Prédios no centro de São Paulo: segundo o promotor que lidera as investigações do caso, havia três tipos de servidores no departamento (Marcos Santos/USP Imagens)

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Da Redação

Publicado em 20 de dezembro de 2013 às 07h12.

São Paulo - A auditora fiscal Paula Sayuri Nagamati delatou uma "mesada" existente na Secretaria Municipal de Finanças durante a gestão Gilberto Kassab (PSD) que beneficiaria fiscais tidos como honestos que colaboravam com a máfia do Imposto Sobre Serviços (ISS).

A mesada era paga para que os servidores trabalhassem além de suas cotas normais de serviço, para tornar eficiente o departamento onde eram expedidas as guias de quitação do ISS para construtoras.

Segundo o promotor Roberto Bodini, que lidera as investigações do caso, havia três tipos de servidores no departamento. O primeiro tipo eram os 100% honestos, que chegavam, analisavam os processos que estavam em suas mesas e iam embora.

O segundo eram os que também não cobravam propina de ninguém, mas recebiam a mesada para analisar mais processos do que precisariam. O terceiro eram os integrantes da máfia, que cobravam propina para analisar os processos de forma fraudulenta, beneficiando empresas que pagavam menos imposto do que deveriam.

O depoimento de Paula durou cerca de três horas e foi tomado por iniciativa da suspeita. Ela já havia prestado depoimento ao MPE na condição de testemunha, mas sua situação mudou depois de o auditor Luiz Alexandre Cardoso de Magalhães denunciar que ela recebia propina.

Paula, amiga de Ronilson Bezerra Rodrigues, tido como chefe do esquema, trabalhou cerca de um mês no departamento. Depois, foi chefe de gabinete do secretário Mauro Ricardo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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