Nicolás Maduro: presidente apareceu ao lado dos militares nesta quinta-feira 2 para mostrar que tem apoio do Exército (Miraflores Palace/Reuters)
Da Redação
Publicado em 3 de maio de 2019 às 07h17.
Última atualização em 3 de maio de 2019 às 07h29.
MDB contra reforma?
O MDB, partido de maior bancada no Congresso, anunciou na quinta-feira, 2, ser contrário a três pontos da reforma da Previdência proposta pelo governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL). O partido é contra a proposta de regras mais duras para o BPC (benefício pago a idosos carentes) e contra mudanças na aposentadoria rural e nos critérios para aposentadorias de professores. Além do PMDB, outros 11 partidos já haviam se manifestado contra mudanças no BPC e na aposentadoria rural. O partido, que já tentou aprovar uma reforma no mandato do ex-presidente Michel Temer, afirma que segue sendo a favor dos demais pontos da reforma, como a idade mínima para a aposentadoria. A reforma prevê uma economia de 1,2 trilhão de reais nos gastos públicos em dez anos.
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Ministério da Economia: plantão de dúvidas para a Previdência
Líder do governo no Congresso, a deputada Joice Hasselmann (PSL) informou nesta quinta-feira que técnicos da equipe econômica de Paulo Guedes estarão de plantão na Câmara dos Deputados a partir da próxima terça-feira, 7, para tirar dúvidas dos parlamentares sobre a reforma da Previdência. “A gente só vai vencer de fora para dentro, a ideia é explicar para a população, engajar a população”, disse a líder. Para Joice, a articulação do governo está melhor, mas temas polêmicos, como as mudanças nas regras do Benefício de Prestação Continuada (BPC) e na aposentadoria rural, devem ser alterados ao longo da tramitação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC). Hoje, a reforma tramita em uma comissão especial, que debaterá o mérito da matéria. Na próxima semana, o relator da PEC, deputado Samuel Moreira (PSDB), deve apresentar uma proposta de cronograma. De acordo com o presidente da comissão, deputado Marcelo Ramos (PR), a ideia é que o tema seja votado no plenário em julho.
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Venezuela soma quatro mortos
A possível queda de Nicolás Maduro na Venezuela está mais distante que o esperado na última terça-feira, 30, quando o presidente autoproclamado Juan Guaidó anunciou ter apoio militar e chamou o povo às ruas e libertou o preso político Leopoldo López. Nesta quinta-feira, 2, em gesto de força, Maduro desfilou por Caracas com um grupo de 4.500 soldados enquanto pedia às Forças Armadas que lutassem contra “golpistas”. Já chegam a pelo menos quatro o número de mortos na Venezuela desde que Guaidó inicou levante para derrubar Maduro, e manifestações tomam as ruas do país desde então.
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Reunião do Grupo de Lima
Nesta sexta-feira, 3, o Grupo de Lima, que incluiu o Brasil e outros 14 países das Américas, se reúne no Peru para debater mecanismos de pressão para que Nicolás Maduro deixe o poder. O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, disse à GloboNews que o governo brasileiro sabia da movimentação que o líder da oposição venezuelana, Juan Guaidó, preparava para tentar derrubar Maduro. Heleno descartou intervenção militar brasileira na Venezuela. O Grupo de Lima também deve ter posição semelhante. O general afirma que o objetivo da reunião é “continuar a pressinoar” Maduro.
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Nome novo, vida nova?
A empreiteira Odebrecht anunciou que vai mudar o nome da empresa para OEC, em uma tentativa de se desvincular dos escândalos de corrupção e dos processos na Operação Lava-Jato nos quais esteve envolvida nos últimos anos. A sigla remete a Odebrecht Engenharia e Construção, termo que até então era utilizado apenas internamente. Outros braços do grupo Odebrecht já haviam mudado o nome recentemente, como a Atvos (antiga Odebrecht Agroindustrial), a Ocyan (ex-Odebrecht Óleo e Gás) e a OR (antiga Odebrecht Realizações Imobiliárias).
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Indústria vai mal…
O faturamento da indústria no Brasil teve queda de 6,3% em março na comparação com fevereiro, segundo a pesquisa Indicadores Industriais da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgada nesta quinta-feira. As horas trabalhadas na produção diminuíram 1,5% e a utilização da capacidade instalada recuou 0,9 ponto percentual. Já em comparação com o primeiro trimestre de 2018, também houve queda no faturamento, de 4,1%. A CNI afirma que motivos para os maus resultados da indústria se devem à falta de demanda, o excesso de estoque e a situação financeira debilitada dos empresários do setor, o que adia decisões de contratar e aumentar a produção.
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Ciclone na Índia
A Índia ordenou que 800.000 pessoas ao longo da costa leste deixem suas casas nesta quinta-feira, 2, em decorrência da aproximação de um ciclone que, segundo previsões de meteorologistas, deve atingir o país em 24 horas. Tempestades fortes decorrentes do ciclone Fani já agridem a região oeste da Baía de Bengala, informou o Serviço Meteorológico da Índia. A costa sul do estado de Orissa também deve ser atingida por fortes chuvas nesta quinta, de acordo com um boletim meteorológico. O serviço estatal de meteorologia também previu ventos de cerca de 200 km/h. O rastreador de ciclones Tropical Storm Risk avaliou as tempestades do Fani como de categoria 3. Cerca de 800.000 pessoas devem ser transferidas de áreas mais baixas de 14 distritos em Orissa para abrigos, escolas seguras e prédios universitários, informou um comunicado do governo. A temporada de ciclones na Índia geralmente ocorre entre abril e dezembro, com severas tempestades que costumam levar à retirada de milhares de pessoas, mortes generalizadas e danos a plantações e propriedades no país e em Bangladesh.