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Machismo causa polêmica em "Manual do Bixo" da Unicamp

A estudante do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) e coordenadora do Diretório Central dos Estudantes Gabriela Bianchini, repudiou o manual

Unicamp: o manual dos calouros, tradicionalmente divulgado durante a recepção dos estudantes, traz dicas para se familiarizar ao ambiente universitário (Creative Commons)
DR

Da Redação

Publicado em 26 de fevereiro de 2016 às 15h21.

São Paulo - Um manual de calouros causou polêmica e revolta entre alunos do curso de Engenharia Mecânica da Universidade Estadual de Campinas ( Unicamp ).

O Manual de Sobrevivência do Bixo, com cerca de dez páginas, diz que "os bixos deve ser submisso ao veterano" e que "são uma raça inferior e por isso não podem exigir nada".

Há menção ao consumo de bebida alcoólica, mesmo que prejudique os estudos, e traz ainda frases machistas como "ache a beleza por partes: um dia você pega uma feia com coxa boa, outro dia uma feia com o peito bom".

O manual dos calouros, tradicionalmente divulgado durante a recepção dos estudantes, traz dicas para se familiarizar ao ambiente universitário e mostra quais são as festas organizadas pelos alunos, entre outras informações.

Mas o guia da Engenharia Mecânica foi "além" e traz até um "guia das mulheres", com cantadas e frases consideradas machistas.

A estudante do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) e coordenadora do Diretório Central dos Estudantes Gabriela Bianchini, repudiou o manual.

"Mantemos nossa posição de repúdio ao caso e convidamos os membros da AAAMEC (Associação Atlética Acadêmica da Engenharia Mecânica) para um real comprometimento de combate a toda forma de opressão, segregação e violência".

A posição do DCE é que a repercussão do manual, no entanto, foi positiva, já que trouxe à tona o debate sobre o feminismo.

Em nota, a AAAMEC retratou-se pelo "péssimo" manual. "Assumimos nossa culpa e garantimos que novas edições do manual não voltariam a ser veiculadas.

A AAAMEC pede desculpa a todas as mulheres e membros da comunidade LBGT ofendidos pelo manual", diz o texto, divulgado nas redes sociais.

"Tornar o ambiente universitário mais nocivo é justamente o oposto da nossa meta. Mais do que nos desculparmos, queremos trabalhar para que essa situação seja remediada."

Segundo a entidade estudantil, um novo manual começou a ser elaborado "sem apologias a machismo ou quaisquer formas de preconceito", além de contar com uma "nota de esclarecimento" sobre o caso.

O jornal O Estado de S. Paulo aguarda posicionamento da Unicamp.

Outros casos

Não é a primeira vez que um manual de calouros causa polêmica: no ano passado, alunos da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq) divulgaram material semelhante, no ano passado, com mensagens ofensivas e de apologia do consumo de álcool durante o início do ano letivo. O item foi alvo de sindicância interna na unidade.

Em 2012, manual distribuído na Faculdade de Direito da Universidade Federal do Paraná (UFPR) também causou conflito entre os alunos.

Segundo o panfleto, que usava a legislação brasileira para justificar os conselhos, caso a mulher prometesse algo e não cumprisse, caberia ao aluno "usar o artigo 252 do Código Civil: não pode o devedor obrigar o credor a receber parte em uma prestação e parte em outra".

O texto publicado ainda complementava: "Ela vai ter de dar tudo de uma vez". A direção da UFPR repudiou o conteúdo do material à época. Estudantes alegaram que o material havia sido alterado.

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São Paulo - Um manual de calouros causou polêmica e revolta entre alunos do curso de Engenharia Mecânica da Universidade Estadual de Campinas ( Unicamp ).

O Manual de Sobrevivência do Bixo, com cerca de dez páginas, diz que "os bixos deve ser submisso ao veterano" e que "são uma raça inferior e por isso não podem exigir nada".

Há menção ao consumo de bebida alcoólica, mesmo que prejudique os estudos, e traz ainda frases machistas como "ache a beleza por partes: um dia você pega uma feia com coxa boa, outro dia uma feia com o peito bom".

O manual dos calouros, tradicionalmente divulgado durante a recepção dos estudantes, traz dicas para se familiarizar ao ambiente universitário e mostra quais são as festas organizadas pelos alunos, entre outras informações.

Mas o guia da Engenharia Mecânica foi "além" e traz até um "guia das mulheres", com cantadas e frases consideradas machistas.

A estudante do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) e coordenadora do Diretório Central dos Estudantes Gabriela Bianchini, repudiou o manual.

"Mantemos nossa posição de repúdio ao caso e convidamos os membros da AAAMEC (Associação Atlética Acadêmica da Engenharia Mecânica) para um real comprometimento de combate a toda forma de opressão, segregação e violência".

A posição do DCE é que a repercussão do manual, no entanto, foi positiva, já que trouxe à tona o debate sobre o feminismo.

Em nota, a AAAMEC retratou-se pelo "péssimo" manual. "Assumimos nossa culpa e garantimos que novas edições do manual não voltariam a ser veiculadas.

A AAAMEC pede desculpa a todas as mulheres e membros da comunidade LBGT ofendidos pelo manual", diz o texto, divulgado nas redes sociais.

"Tornar o ambiente universitário mais nocivo é justamente o oposto da nossa meta. Mais do que nos desculparmos, queremos trabalhar para que essa situação seja remediada."

Segundo a entidade estudantil, um novo manual começou a ser elaborado "sem apologias a machismo ou quaisquer formas de preconceito", além de contar com uma "nota de esclarecimento" sobre o caso.

O jornal O Estado de S. Paulo aguarda posicionamento da Unicamp.

Outros casos

Não é a primeira vez que um manual de calouros causa polêmica: no ano passado, alunos da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq) divulgaram material semelhante, no ano passado, com mensagens ofensivas e de apologia do consumo de álcool durante o início do ano letivo. O item foi alvo de sindicância interna na unidade.

Em 2012, manual distribuído na Faculdade de Direito da Universidade Federal do Paraná (UFPR) também causou conflito entre os alunos.

Segundo o panfleto, que usava a legislação brasileira para justificar os conselhos, caso a mulher prometesse algo e não cumprisse, caberia ao aluno "usar o artigo 252 do Código Civil: não pode o devedor obrigar o credor a receber parte em uma prestação e parte em outra".

O texto publicado ainda complementava: "Ela vai ter de dar tudo de uma vez". A direção da UFPR repudiou o conteúdo do material à época. Estudantes alegaram que o material havia sido alterado.

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