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Lula tem primeira conversa com futuros comandantes das Forças Armadas

O presidente eleito também pediu um relatório de necessidade de investimentos

Grupo de senadores e políticos aliados participam de evento com o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, na sede do Governo de Transição, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília. 

Presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), discursa para parlamentares.

Foto: Roque de Sá/Agência Senado (Roque de Sá/Agência Senado/Flickr)

Grupo de senadores e políticos aliados participam de evento com o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, na sede do Governo de Transição, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília. Presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), discursa para parlamentares. Foto: Roque de Sá/Agência Senado (Roque de Sá/Agência Senado/Flickr)

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Agência O Globo

Publicado em 16 de dezembro de 2022 às 19h28.

Última atualização em 16 de dezembro de 2022 às 19h59.

Na primeira reunião que teve com os futuros comandantes das Forças Armadas, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pediu aos militares que apresentem um relatório com as necessidades de investimento de cada força.

Acompanhado de seu indicado para comandar o Ministério da Defesa, José Múcio Monteiro, a reunião desta sexta-feira em Brasília durou pouco mais de 1 hora.

"O clima foi de um presidente da República que está conhecendo seus futuros chefes das Forças Armadas, foi ótimo, falou sobre o que ele espera das Forças Armadas. Foi muito bom o encontro, saíram todos muito satisfeitos. Ele vai querer investir nas Forças Armadas, quer saber o que está precisando", disse Múcio ao O Globo.

A conversa com o futuro comandante do Exército, general Júlio Cesar de Arruda, da Marinha, almirante de esquadra Marcos Sampaio Olsen e da Aeronáutica, tenente-brigadeiro do ar Marcelo Kanitz Damasceno, foi agendada a pedido de Múcio e ocorreu no hotel onde Lula está hospedado em Brasília.

Os novos comandantes foram convidados por Múcio assim que o novo ministro foi chamado por Lula para assumir o cargo. Para a escolha, Múcio adotou o critério de antiguidade, que define a hierarquia na vida militar e é considerado indiscutível pela caserna, um movimento que busca abrir caminho para pacificação do novo governo com militares, diante da politização das Forças Armadas. Na descrição de Múcio, o encontro foi "ótimo" e "todos saíram satisfeitos".

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O encontro ocorreu em meio a expectativa de que os atuais comandantes das forças antecipassem a saída do cargo para este mês, quando ainda não estivessem sob o comando de Lula. Tradicionalmente, a passagem de comando no caso de mudança de governo ocorre em janeiro, logo após a posse.

O atual comandante da FAB, brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Júnior, foi um dos incentivadores da antecipação da entrega do cargo de chefia, mas acabou demovido da ideia por pressão do Alto Comando. Agora, auxiliares de Lula receberam a informação da possibilidade do comandante da Marinha, almirante Almir Garnier, antecipar a saída para o dia 27.

Múcio disse ao O Globo que uma das suas prioridades iniciais é trabalhar para que a cerimônia de troca de comando ocorra em janeiro, de forma tradicional.

"Nós ainda estamos conversando sobre isso. Nós queremos fazer isso da melhor forma às Forças Armadas".

A Marinha vem investindo em submarinos a diesel e atômicos e o próximo comandante da Força afirmou a Lula que o primeiro submarino ficará pronto em 2023. A FAB tem se dedicado aos caças gripem, assim como no Exército valoriza o Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron). Como forma de sinalizar o desejo de pacificação com a caserna, o presidente eleito foi aconselhado por interlocutores com as Forças a manter investimentos prioritários para cada uma delas.

Lula ressaltou que a Amazônia é uma fronteira importante, onde as três forças têm atuação, mas que deverão aumentar presença das forças na região a partir de 2023. O futuro ministro da Defesa pretende conversar com o ministro da Justiça escolhido por Lula, Flavio Dino, para avaliar como atuar na região de forma conjunta.

Na terça-feira, Múcio se encontrou com o atual ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, e pediu uma nova agenda com Nogueira para operacionalizar a troca de comando. Nesta conversa, ambos trataram da estrutura do ministério, sobre a possibilidade dos comandantes atuais deixaram o cargo ainda em dezembro e das conversas de Múcio com o presidente Jair Bolsonaro — após a derrota nas urnas, o atual presidente recebeu Múcio. A principal missão de Múcio tem sido distensionar a relação do futuro governo com os militares.

"Falei [a Paulo Sérgio Nogueira] que somos ministros de uma instituição do Estado brasileiro, que a gente precisa ter essa consciência."

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