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Lula: Se houve equívoco de Dilma foi ter dado isenções a empresas

Lula, que não assumiu uma candidatura nas próximas eleições, defendeu as conquistas de seu governo e de Dilma e prometeu "rodar" o país

Lula e Dilma: "Só temos uma coisa a fazer: é lutar, lutar, lutar, lutar e conquistar o direito do povo de votar para presidente da República outra vez, quem sabe em 2017"
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Reuters

Publicado em 12 de janeiro de 2017 às 21h17.

Brasília - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira que se a ex-presidente Dilma Rousseff cometeu um erro, foi o de conferir isenções bilionárias a empresas para manter a política de inclusão social e criar empregos, negando que sua sucessora ou o PT tenham "quebrado" o país.

Lula, que não assumiu uma candidatura à Presidência da República nas próximas eleições, mas num ato falho chegou a referir-se a si mesmo como "candidato", defendeu as conquistas de seu governo e de Dilma e prometeu, à plateia que o ouvia no 33º Congresso da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, "rodar" o país.

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O ex-presidente aproveitou a fala, muitas vezes interrompidas por gritos de "Lula presidente", para voltar a defender a possibilidade de novas eleições ainda neste ano, acrescentando que só terá "credibilidade" para resgatar o país aquele que sair das urnas.

"Não podemos aceitar é eles tentarem provar que nós quebramos o país. Quando eles falam que a Dilma fez gastança demais, e não aparece um empresário para defender a Dilma, eles deveriam ter coragem de dizer que o grande equívoco da companheira Dilma foi fazer desoneração de quase 500 bilhões de reais em quatro anos para manter a política de geração de empregos", disse Lula.

"A Dilma fez isso para manter o pagamento da inclusão social, para fazer subsídio para o Minha Casa, Minha Vida", afirmou, acrescentando que "quem quebrou o país, na verdade, foram os golpistas".

Dilma foi afastada do cargo por um impeachment decidido pelo Congresso, que julgou ilegais manobras fiscais que ficaram conhecidas como "pedaladas".

A ex-presidente, assim como Lula e outras lideranças políticas hoje na oposição consideram que ela foi vítima de um golpe.

Ainda que não tenha lançado sua candidatura, Lula discursou como tal, e, enquanto citava conquistas das gestões petistas, ao perceber os óculos que escorregavam, referiu-se a si mesmo como um "candidato" que " não sabe segurar os óculos".

Depois, quando questionou retoricamente quem seria capaz de tirar o país da "lama", foi prontamente respondido pelos participantes do evento, que gritavam "Lula! Lula!".

"Essa é uma discussão que faremos em 2017", disse. "Este ano quem acha que vai me proibir de fazer as coisas nesse país pode se preparar. Eu vou voltar a rodar esse país", disse, em outro momento.

Nome forte para as próximas eleições, aparecendo em primeiro lugar nas simulações de primeiro turno na última pesquisa Datafolha, Lula é alvo de cinco ações penais, três delas originadas a partir da Lava Jato. Aliados e simpatizantes do ex-presidente vêem nas ações da Justiça uma tentativa de interditá-lo politicamente.

"Só temos uma coisa a fazer: é lutar, lutar, lutar, lutar e conquistar o direito do povo de votar para presidente da República outra vez, quem sabe em 2017", defendeu, despedindo-se da plateia com um "até a nossa vitória".

Mas nem todos os participantes do Congresso ovacionaram Lula. Assim que começou sua fala, um grupo de cerca de 15 integrantes da Central Sidical e Popular, a CSP-Conlutas, ligada ao PSTU, deixou o auditório em protesto contra o ex-presidente.

Segundo uma das manifestantes, a CSP-Conlutas fez oposição de esquerda aos governo de Dilma e Lula e questiona que tenha havido progressos na educação nessas gestões. A Central também se opõe ao governo Michel Temer.

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