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Lula pede acesso a acordo bilionário que MPF fechou com Petrobras

A defesa do ex-presidente afirmou em representação ao novo juiz da Lava Jato que há contradição no acordo firmado entre as partes

Lula: o requerimento do petista foi anexado ao processo sobre supostas propinas da Odebrecht (Ricardo Stuckert Filho/ Lula Institute/Handout/Reuters)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 8 de março de 2019 às 16h23.

Última atualização em 8 de março de 2019 às 16h23.

São Paulo — O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu nesta sexta-feira (8) ao juiz federal Luiz Antonio Bonat, da Operação Lava Jato, acesso ao acordo bilionário firmado entre o Ministério Público Federal, a Petrobras e o Departamento de Justiça norte-americano para criação de um fundo anticorrupção.

A estatal depositou R$ 2.567.756.592,00 em conta vinculada à 13ª Vara Federal de Curitiba, em cumprimento ao acordo feito com os procuradores.

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O requerimento de Lula foi anexado ao processo sobre supostas propinas da Odebrecht. A Lava Jato afirma que as vantagens indevidas incluiriam um terreno para abrigar o Instituto Lula e um apartamento em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo.

A Petrobras é assistente de acusação do Ministério Público Federal nas ações penais da Lava Jato, inclusive neste processo.

A Justiça Federal do Paraná considera a estatal "vítima lesada" do esquema bilionário de corrupção e propinas instalado na instituição.

A defesa do petista relatou a Bonat que, em 2017, contestou a habilitação da estatal como assistente de acusação.

Na avaliação dos advogados, a Petrobras "não poderia ser considerada vítima, pois, segundo a Procuradoria, diretores, gerentes e outros funcionários teriam concorrido para ocorrência dos supostos delitos praticados no âmbito da sociedade de economia mista, e que os sistemas de controle de companhia não teriam funcionado".

Os advogados afirmam que um trecho do acordo afirma que, "segundo decisões judiciais proferidas pelo Judiciária brasileira, a Petróleo Brasileira S.A. — Petrobras foi vítima e diretamente lesada por ilícitos praticados em seu desfavor".

Em outra parte, o texto descreve que a estatal "respondia a procedimentos administrativos nos Estados Unidos da América e, por conta de singularidades e particularidades do respectivo ordenamento jurídico" e que celebrou um acordo com autoridades norte-americanas "em razão de certas condutas praticadas" por funcionários.

Os defensores de Lula afirmaram ao novo juiz da Lava Jato que há contradição no acordo. Segundo a defesa, o acesso ao material é "relevante para que seja analisada a efetiva posição da Petrobras" na ação sobre as supostas propinas da Odebrecht e também "para a análise das condutas atribuídas" a Lula na denúncia que levou à abertura da ação.

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