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Lula: "Nunca imaginei ver a Espanha com 40% de desemprego"

Ex-presidente declarou que a crise econômica global deriva de uma 'falta de liderança' para lidar com os problemas na Europa

Fila em agência de empregos da Espanha: "Eu nunca imaginei ver na Espanha que houvesse 40% de desemprego entre os jovens, 20% de desemprego entre a população geral" (Dominique Faget/AFP)
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Da Redação

Publicado em 23 de setembro de 2013 às 14h36.

México - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou nesta sexta-feira no México que a crise econômica global deriva de uma "falta de liderança" para lidar com os problemas na Europa, que arrastou países como a Espanha, afetada por uma delicada falta de emprego.

"Eu nunca imaginei ver na Espanha que houvesse 40% de desemprego entre os jovens, 20% de desemprego entre a população geral", disse Lula durante discurso para 10.000 universitários, que são bolsistas da Fundação Telmex.

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O ex-presidente disse que o "Brasil, que historicamente tinha índice de 12%-14%, hoje tem somente 6% de desemprego, mais ou menos, um padrão para a Europa que sempre invejávamos nas décadas anteriores".

O ex-presidente (2002-2010) se mostrou particularmente crítico com que "o mundo rico, principalmente na Europa, tenha deixado que a crise tenha adotado a envergadura que conseguiu por não resolver o problema da Grécia, simplesmente".

Segundo Lula o problema da Grécia "podia ter sido resolvido em 2009, e não há uma solução definitiva para o mesmo até hoje", o que introduziu em problemas outras economias europeias como Portugal, Espanha, Itália e inclusive a França, a segunda maior da zona do euro.

Ele acrescentou que a lição que a crise europeia deixa é que não há instituições multilaterais que tomem decisões em momentos difíceis porque os assuntos continuem sendo responsabilidade dos Estados e de políticos que "não pensam nos outros países, mas nas próximas eleições, nas pesquisas".

Acerca da possibilidade de impulsionar uma maior interação na América Latina disse que este "já não pode ser somente um discurso para que aplaudam em um plenário", mas um pacto que abranja aspectos econômicos, políticos, culturais e sociais.

"Não é fácil de fazer. Acho que se queremos desenvolver um processo de integração de países como México e Brasil, os maiores, precisam ajudar os países mais pobres (...) É necessário que haja uma integração comercial, tecnológica, que se discutam temas como a inovação em nível continental", sugeriu.

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