Brasil

Lula fala que o filho tem que provar que fez a coisa certa

Luiz Inácio Lula da Silva, aproveitou para sair em defesa do filho mais velho, Lulinha: "ele é alvo da maior quantidade de mentira da história do país"


	Lula aproveitou para defender o filho mais velho, Lulinha: "ele é alvo da maior quantidade de mentira da história do país"
 (Nacho Doce/Reuters)

Lula aproveitou para defender o filho mais velho, Lulinha: "ele é alvo da maior quantidade de mentira da história do país" (Nacho Doce/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 19 de novembro de 2015 às 13h52.

São Paulo - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quarta-feira, 18, que nunca trabalhou para que a presidente Dilma Rousseff substitua o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, pelo ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles.

"Eu, às vezes, vejo coisas escritas e fico pasmo. ‘Lula quer tirar o Levy’. Eu não quero tirar o Levy, nem quero colocá-lo", disse o ex-presidente.

Em entrevista ao programa Conexão Roberto D'Avila, da GloboNews, exibida no início da noite dessa quarta, 18, Lula defendeu a responsabilidade fiscal e a necessidade de um ajuste orçamentário no governo, mas disse que Dilma está demorando demais para executar o plano por causa da crise política.

"Dilma está correta de fazer o ajuste fiscal. O que está errado é que ele está demorando demais, e não é culpa dela, porque nós temos uma crise política muito séria."

O ex-presidente Lula também defendeu um pacto para tirar o Brasil da crise. "Há uma confrontação de um ano entre o Legislativo e o Executivo, e isso não é bom. O que seria importante é que nós pactuássemos uma saída para este país", avaliou o petista na entrevista.

Diálogo

No entanto, ao ser diversas vezes indagado sobre a possibilidade de abrir um diálogo com outras lideranças, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e a ex-ministra Marina Silva (Rede), Lula refugou.

Segundo ele, o diálogo só seria efetivo se houvesse respaldo dos respectivos partidos. Questionado se a iniciativa deveria partir do governo, Lula respondeu: "Obviamente".

Ao fim do programa, indagado sobre a possibilidade de participar de um debate público com FHC, o petista encerrou a conversa. "Não. Dilma e Aécio (Neves, candidato do PSDB derrotado à Presidência em 2014) é quem tem que fazer debate", disse ele.

Filhos

Pela primeira vez, Lula falou sobre o fato de seu filho caçula, Luís Claudio Lula da Silva, estar sob investigação da Polícia Federal.

"Meu filho sabe o seguinte. Ele tem que provar que fez a coisa certa. Ele tem que provar. E é importante que seja para ele provar mesmo, porque se não provar ele está subordinado à mesma Constituição que eu estou, às mesmas leis que eu estou. É chato? É. Mas é bom."

A LFT Marketing Esportivo, pertencente a Luís Cláudio, foi alvo de uma busca da PF em outubro. A empresa recebeu R$ 2,5 milhões da consultoria Marcondes & Mautoni, suspeita de fazer lobby pela suposta venda de uma medida provisória.

O ex-presidente aproveitou para fazer uma defesa do filho mais velho, Fábio Luiz, o Lulinha, que, segundo o petista, é alvo "da maior quantidade de mentira da história do país".

Lula criticou o que chama de "vazamentos seletivos" na Operação Lava Jato, mas disse que o resultado final da investigação "vai ser benéfico para o Brasil". Ao falar sobre os boatos de que ele próprio seria alvo da Lava Jato, Lula quase foi às lágrimas.

"O que eu acho grave é que o mesmo critério adotado comigo não é adotado com os outros. Eu tenho que provar que não tenho culpa. Só tenho um valor na vida. É vergonha na cara."

Acompanhe tudo sobre:Joaquim LevyLuiz Inácio Lula da SilvaOperação Lava JatoPersonalidadesPolícia FederalPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPT – Partido dos Trabalhadores

Mais de Brasil

Quero ser responsável pela vitória dele, diz Lula no lançamento da candidatura de Boulos em SP

Com esquerda em peso e até bolsonarista, PSD oficializa candidatura de Paes sem definir vice

Vamos colocar a periferia em primeiro lugar, diz Boulos ao oficializar candidatura ao lado de Lula

Fuad e Kassab apostam em discurso moderado e feitos da gestão para reeleição em prefeitura BH

Mais na Exame