Lula não será competitivo em 2018, diz Eurasia
Para Cristopher Garman, da Eurasia, Temer também não terá força para as próximas eleições presidenciais
Júlia Lewgoy
Publicado em 30 de setembro de 2016 às 12h07.
São Paulo — O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não será competitivo como candidato às eleições presidenciais de 2018, segundo o analista político Christopher Garman, chefe de pesquisa para mercados emergentes da consultoria Eurasia.
Em palestra no EXAME Fórum 2016, realizado nesta sexta-feira (30) em São Paulo, o analista projetou que, até 2018, o presidente Michel Temer também não terá uma posição forte. Pelo PSDB, o candidato à Presidência deverá ser o governador do estado de São Paulo, Geraldo Alckmin.
“O sistema político estará mais fragmentado e partidos políticos menores devem crescer de tamanho”, disse Garman, que acredita que um nome totalmente novo na política terá mais espaço.
Ciro Gomes (PDT), segundo ele, poderá ser o candidato representante da esquerda.Já a ex-senadora Marina Silva (Rede) também não deve ser uma candidata competitiva.
German destacou que essa queda de partidos dominantes e que estiveram no poder durante períodos longos também aconteceu em outros países emergentes. Assim como no Brasil, o enfraquecimento das legendas ocorreu após uma fase de intenso crescimento da classe média.
Desafios de Temer
Para Garman, o governo de Michel Temer já fez um diagnóstico claro dos desafios que tem pela frente e tem condições políticas de aprovar as medidas do ajuste fiscal no Congresso Nacional, especialmente a PEC do teto dos gastos, e a reforma previdenciária.
“A classe política reconheceu que precisa atacar a agenda de reformas, ou suas bases políticas poderiam ruir”, disse. Para ele, uma segunda rodada de reformas deve acontecer em 2018. “Esse processo será longo e árduo, e persistirá por mais de um governo”, projetou.