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Lula lamenta saída de médicos cubanos "por preconceito"

Cuba decidiu pelo retorno de 8.300 profissionais que trabalhavam no Mais Médicos

Luiz Inácio Lula da Silva: a partir de agora, Fernando Haddad poderá visitar Lula somente às quintas-feiras (Ricardo Moraes/Reuters)

Luiz Inácio Lula da Silva: a partir de agora, Fernando Haddad poderá visitar Lula somente às quintas-feiras (Ricardo Moraes/Reuters)

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AFP

Publicado em 16 de dezembro de 2018 às 14h48.

O ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva lamentou a saída dos médicos cubanos do programa 'Mais Médicos' em razão do que considerou um "preconceito" do presidente eleito Jair Bolsonaro, segundo carta aberta publicada neste domingo (16) em Cuba.

"Eu lamento que o preconceito do novo governo contra os cubanos tenha sido mais importante que a saúde dos brasileiros que moram em comunidades mais distantes e carentes", disse Lula na carta publicada no jornal Juventud Rebelde.

Cuba decidiu pelo retorno de 8.300 profissionais que trabalhavam no Mais Médicos, através da Organização Panamericana da Saúde, depois que Bolsonaro anunciou que mudaria as condições de contrato, o que Havana considerou inaceitável.

Lançado em2013 pela presidente Dilma Rousseff, o programa permitiu dar assistência à população das regiões mais pobres e rurais do Brasil, principalmente graças à chegada de profissionais cubanos, que ocupavam metade dos postos do programa.

No contrato, os médicos recebiam 30% do valor desembolsado pelo Brasil, enquanto o restante ia para o orçamento da ilha, que por sua vez conservava seus salários e postos de trabalho em Cuba.

Bolsonaro exigia que os profissionais recebessem o salário integral.

Mais de 6.000 médicos já retornaram à ilha, numa ponte aérea de vários dias, e as autoridades cubanas deram por encerradas as operações de evacuação.

Da prisão em Curitiba, Lula disse que "no Brasil, os médicos de Cuba foram onde não havia médicos brasileiros. Em muitas comunidades pobres, distantes, de indígenas, que jamais tinham sido assistidas por um profissional da saúde".

"Por isso quero dizer ao povo de Cuba: tenham muito orgulho dos seus médicos e das suas escolas de medicina. Vocês conquistaram milhões de admiradores, milhões de pessoas gratas no Brasil", acrescentou.

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