Lula: ligação aconteceu no último dia 2 de dezembro (Ricardo Stuckert / PR/Divulgação)
Redação Exame
Publicado em 9 de dezembro de 2025 às 15h00.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta terça-feira, 9, que tratou com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a situação de “um dos grandes chefes do crime organizado” do Brasil, que mora em Miami.
Lula disse que ligou para Trump e se colocou à disposição para enfrentar o crime organizado.
"Disse para ele, inclusive, que um dos grandes chefes do crime organizado brasileiro, que é o maior devedor deste país, que é importador de combustível fóssil, mora em Miami. Então, se quiser ajudar, vamos ajudar prendendo logo esse aí" afirmou Lula, durante discurso em evento de regulamentação de novas regras da CNH.
Lula se referia ao empresário Ricardo Magro, dono do Grupo Refit, alvo da Polícia Federal no final de novembro contra esquema de sonegação fiscal.
Segundo o presidente, a conversa com Trump ocorreu após uma apresentação feita pelo secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, sobre fraudes atribuídas ao Grupo Refit. De acordo com as investigações do órgão, a empresa teria movimentado R$ 72 bilhões em um ano para ocultar lucros por meio de offshores em Delaware, nos Estados Unidos, considerado um paraíso fiscal.
Ao fim da reunião, Lula determinou que o material fosse traduzido para o inglês para ser utilizado na conversa com Trump. A última conversa entre os líderes aconteceu no último dia 2 de dezembro.
Em 27 de novembro, a Polícia Federal deflagrou a Operação Poço de Lobato, que apura fraudes atribuídas ao Grupo Refit, proprietário da Refinaria de Manguinhos, no Rio de Janeiro.
A ação revelou um esquema de sonegação fiscal que, segundo o governo de São Paulo, chegava a R$ 350 milhões por mês e envolvia importadoras, distribuidoras, formuladoras, postos de combustíveis, fundos de investimento e empresas de fachada no Brasil e no exterior.
Quando a investigação foi deflagrada, o Grupo Refit afirmou que os débitos tributários apontados pela Secretaria da Fazenda de São Paulo estão sendo questionados judicialmente. A companhia declarou que se trata de “uma disputa jurídica legítima e não de qualquer tentativa de ocultar receitas ou fraudar o recolhimento de tributos".
*Com informações do Globo