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Jornal corrige fala de Lula sobre Dilma ter traído eleitores

Ex-presidente concedeu entrevista ao jornal espanhol El Mundo e apontou dois grandes erros no mandato de sua sucessora

Ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff durante congresso do PT em Brasília (Ueslei Marcelino/Reuters)

Ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff durante congresso do PT em Brasília (Ueslei Marcelino/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 23 de outubro de 2017 às 10h43.

Última atualização em 23 de outubro de 2017 às 21h15.

São Paulo - O jornal espanhol El Mundo corrigiu a fala do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em entrevista publicada neste domingo, 22, na qual o petista aponta erros no mandato da ex-presidente Dilma Rousseff.

Segundo Lula, o primeiro erro foi o "exagero" nas políticas de desoneração de grandes empresas e, o segundo, foi o anúncio do ajuste fiscal. "O segundo erro veio quando a presidente anunciou o ajuste fiscal, e o eleitorado que a havia eleito em 2014, ao qual havíamos prometido que manteríamos os gastos, se sentiu traído."

Na primeira versão da entrevista, o trecho com a fala do ex-presidente era o seguinte: "O segundo erro foi quando a presidenta anunciou o ajuste fiscal e traiu o eleitorado que a havia escolhido em 2014, a quem havíamos prometido que manteríamos os gastos".

Entrevista

Ao jornal espanhol, Lula negou que tenha se arrependido de não ter concorrido nas eleições presidenciais de 2014.

Disse ainda que vai propor um referendo revogatório de "muitas das medidas aprovadas" pelo governo de Michel Temer, como uma proposta para recuperar o País caso seja eleito presidente em 2018.

"É criminoso ter uma lei que limite durante 20 anos o investimento do Estado. No Brasil, ainda faltam coisas básicas, como saneamento, tratamento de água, casas", disse.

Questionado sobre a boa repercussão no mercado do governo Michel Temer, Lula disse que isso é claro, uma vez que querem privatizar o País.

Na entrevista, ele disse que quer voltar a ser presidente para mostrar ao mundo que o País pode funcionar. "Não há ninguém que saiba governar o povo mais necessitado como eu faço", afirmou.

O ex-presidente creditou a crise vivida no País à perda de credibilidade, algo que, segundo ele, foi efeito das manifestações iniciadas em junho de 2013.

Ele ainda comparou o ano de 2015 com o de 1999, quando quem governava era o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que tinha baixa popularidade e também enfrentava problemas econômicos. "Mas, nessa ocasião, o presidente da Câmara era Michel Temer e ele o ajudou a governar. Nós tínhamos Eduardo Cunha, que rejeitou cada reforma que Dilma propunha. Foi quem levou o impeachment ilegítimo à frente", analisou.

Condenado em primeira instância no caso do tríplex do Guarujá, Lula voltou a criticar a Polícia Federal e o Ministério Público, dizendo que não encontraram prova contra ele e que a sentença do juiz Sergio Moro é "política". "Se acreditavam que uma condenação iria fazer eu desistir de ser candidato, conseguiram o efeito contrário."

Perguntado se o PT tem outras opções caso ele não possa concorrer por causa de uma eventual condenação em segunda instância, ele respondeu que espera poder concorrer, mas disse que ninguém é imprescindível. "Há milhares de Lulas."

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