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Lula defende retomada da Unasul e fala em 'reavivar' compromisso com integração sul-americana

As declarações vêm em meio a esforços do petista de reativar a iniciativa, apesar da resistência de alguns países da América do Sul

Lula afirmou que a Unasul foi um importante "fórum de solução de controvérsias entre países da região" e contribuiu para o desenvolvimento socioeconômico da América do Sul (Ricardo Stuckert/Flickr)
Estadão Conteúdo

Agência de notícias

Publicado em 30 de maio de 2023 às 12h16.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) saiu em defesa da União de Nações Sul-americanas ( Unasul ) e disse que é necessário "reavivar compromisso com integração sul-americana". As declarações vêm em meio a esforços do petista de reativar a iniciativa, apesar da resistência de alguns países da América do Sul.

"Tenho firme convicção de que precisamos reavivar nosso compromisso com a integração sul-americana. Entendemos que a integração sul-americana é essencial para o fortalecimento da unidade da América Latina e do Caribe. O que nos reúne hoje em Brasília é o sentimento de urgência de voltar a olhar coletivamente para nossa região, determinação de redefinir uma visão comum e relançar ações concretas para o desenvolvimento sustentável, a paz e o bem-estar das nossas populações", disse o presidente brasileiro em reunião com presidentes de países da região, em Brasília, nesta terça-feira, 30.

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Lula afirmou que a Unasul foi um importante "fórum de solução de controvérsias entre países da região" e contribuiu para o desenvolvimento socioeconômico da América do Sul.

"A Unasul foi efetiva como fórum de solução de controvérsias entre países da região, notadamente na crise entre Colômbia e Equador e no conflito separatista boliviano. Obtivemos resultados expressivos na redução do desmatamento e dos delitos transnacionais. Não resolvemos todos os nossos problemas, mas nos dispusemos a enfrentá-los em vez de ignorá-los", reforçou Lula.

Lula: teremos 120 dias para apresentar mapa do caminho da integração na América do Sul

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que os líderes de toda a América do Sul, reunidos nesta terça-feira, 30 em Brasília, deverão apresentar em 120 dias um "mapa do caminho da integração" da região.

A fórmula de cooperação na América do Sul é um desafio frente às divergências ideológicas locais. Enquanto presidentes de esquerda, como Lula, defendem a reativação da Unasul, figuras mais à direita resistem ao plano. Em discurso de abertura na cúpula, Lula garantiu que a integração será feita com respeito às diferenças.

"Julgo essencial a criação de um grupo de alto nível, a ser integrado por representantes pessoais de cada presidente, para dar seguimento ao trabalho de reflexão. Com base no que decidamos hoje, esse grupo terá 120 dias para apresentar um mapa do caminho para a integração da América do Sul", declarou o presidente brasileiro.

Lula se disse "pessoalmente convencido da necessidade de um foro que nos permita discutir com fluidez e regularidade" os problemas da região e a integração para evitar que a América do Sul passe mais 500 anos na periferia do mundo.

"Enquanto estivermos desunidos, não faremos da América do Sul um continente desenvolvido em todo o seu potencial", declarou o petista, para quem permitir a vitória das diferenças ideológicas tem um custo elevado.

"A política não é destino, mas construção humana sobre condições históricas dadas. A integração será feita no respeito à diferença, porque não há mais espaço para a homogeneidade da submissão", acrescentou Lula em defesa da integração possível, e não ideal, com respeito às diferenças ideológicas. Foi uma citação ao seu ex-assessor Marco Aurélio Garcia, que foi dirigente do PT e faleceu em 2017.

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