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Lula defende que pedido de impeachment de Bolsonaro deve vir da sociedade

O petista apoiou o impedimento do presidente, mas afirmou que se o pedido vier do Partido dos Trabalhadores será considerado de viés político

Lula: ex-presidente defende que grupos da sociedade façam pedidos de impeachment contra Bolsonaro (Charles Platiau/Reuters)

Lula: ex-presidente defende que grupos da sociedade façam pedidos de impeachment contra Bolsonaro (Charles Platiau/Reuters)

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Reuters

Publicado em 30 de abril de 2020 às 16h55.

Última atualização em 1 de maio de 2020 às 01h08.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta quinta-feira o impeachment do presidente Jair Bolsonaro, afirmando que caso ele não seja retirado do cargo irá "acabar com esse país", mas disse que o pedido de impedimento deve vir da sociedade civil e que um movimento do PT neste sentido seria considerado político.

"Meu problema com o Bolsonaro é que ele não está cuidando da pandemia. Não cuida do povo, não cuida da economia. Ou a gente encontra um jeito de tirar ele com base nos crimes de responsabilidade que já cometeu, ou ele vai acabar com esse país", disse Lula em entrevista ao portal UOL, cujos trechos o petista publicou em sua conta no Twitter.

"Mas eu acho que o pedido de impeachment deveria vir de várias entidades e de forma conjunta da sociedade civil, e não apenas de uma única entidade partidária. Avaliamos que se vier do PT vão dizer que é político, quando o Bolsonaro já cometeu vários crimes de responsabilidade", afirmou o ex-presidente.

Na semana passada, após o pedido de demissão de Sergio Moro do Ministério da Justiça e das acusações que Moro fez contra Bolsonaro --entre elas a de que o presidente quer interferir politicamente na Polícia Federal-- o também ex-presidente Fernando Henrique Cardoso defendeu a renúncia de Bolsonaro para que fosse evitado um processo de impeachment em plena pandemia de coronavírus.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a quem cabe decidir dar a largada a um processo de impeachment pelo cargo que ocupa, tem mostrado cautela quando indagado sobre o assunto.

Ele tem defendido que a prioridade do Congresso neste momento deve ser a aprovação de medidas de combate à pandemia de Covid-19, doença respiratória provocada pelo novo coronavírus, e seus impactos na economia e na vida das pessoas. Maia afirmou ainda que o Parlamento não fomentará crises que possam dar contornos ainda mais graves à situação atual.

Outro provável fator complicador para a eventual deflagração de um processo de impedimento é o fato de o Congresso estar se reunindo em sessões virtuais, para evitar aglomerações por causa da Covid-19. Há dúvidas, inclusive legais, se um processo tão importante como o de um impeachment de um presidente poderia acontecer nessas condições.

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