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Lula defende entrada da Argentina nos Brics e quer o banco do bloco maior que o FMI

O presidente disse que é a favor de incluir novos países no bloco

Lula na Cúpula dos Brics: Lula criticou o formato de governança mundial (Ricardo Stuckert/PR/Reprodução)

Lula na Cúpula dos Brics: Lula criticou o formato de governança mundial (Ricardo Stuckert/PR/Reprodução)

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 22 de agosto de 2023 às 10h27.

Última atualização em 22 de agosto de 2023 às 10h30.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu nesta terça-feira, 22, a entrada a Argentina nos Brics e disse que que o bloco quer ter um banco "maior que o FMI". O grupo tem um banco para financiar investimentos, o NDB, hoje comandado pela ex-presidente Dilma Rousseff.

"Eu defendo que os nosso irmãos da Argentina possam participar dos Brics. Eu defendo isso, vamos ver na reunião como fica. Mas eu defendo porque é muito importante a Argentina estar nos Brics. Penso que desse encontro aqui deve sair uma coisa muito importante sobre a entrada de novos países. Eu sou favorável a entrada de vários países", disse Lula durante a sua live semana. Nesta semana, a transmissão foi feita em Joanesburgo, na África do Sul, onde é realizada a reunião de cúpula do grupo.

Lula, porém, negou que queira fazer um contraponto ao G7, ao G20 ou aos Estados Unidos por meio do bloco. O presidente disse que é a favor de incluir novos países no bloco. "O Brics não pode ser um clube fechado. O G7 é um clube fechado", declarou o petista.

O presidente voltou a criticar o formato de governança mundial, com o Conselho de Segurança da ONU tendo só cinco integrantes permanentes e com poder de veto. Lula indicou que quer operar dentro dos Brics para obter apoio de China e Rússia, integrantes do Conselho, para reformar a governança global.

"É preciso que a gente convença a Rússia e a China que Brasil, África do Sul e a Índia possa entrar no Conselho de Segurança (da ONU). Esse é um debate que nós vamos discutir. Inclusive, para a gente possibilitar a entrada de novos países a gente tem que limitar uma certa coisa que todo mundo concorde. Se não tiver um grau de compromisso dos países que entram no Brics vira uma torre de babel", disse o petista.

Sobre o banco do bloco, o petista disse que a instituição terá "outro critério para emprestar dinheiro para os países" e criticou a política da FMI. Para ele, o dinheiro emprestado pelo fundo "é quase um cabresto", que prende o país e dificulta o pagamento da dívida. 

"Quando tem uma crise em qualquer país pequeno, seja da África ou da América Latina, o FMI resolve dar palpite, falar, quando na verdade ele deveria ajudar. [...] O dinheiro que ele põe lá é quase como se fosse um cabresto. O país fica preso àquilo, não consegue sair e a gente pode ver isso na situação da Argentina. Como está difícil por causa do empréstimo que foi feito por causa de interesse político do FMI", disse. 

O petista voltou a defender o uso de uma moeda comum para o comércio entre países. Lula afirmou que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em conversas com a Argentina, identificou que a moeda chinesa poderia ser uma solução para as relações comerciais entre os dois países.

Brasil na presidência do Brics

Lula disse que em 2025, quando o Brasil presidirá os Brics, a principal discussão do bloco será sobre desigualdade. "Quando for pro Brasil [em 2025] o tema principal é a gente acabar com desigualdade racial, desigualdade de gênero desigualdade na educação, desigualdade na saúde, desigualdade no salário", disse o petista. Ele também citou a questão da paz e o fim da guerra entre Ucrânia e Rússia.

"Temos que discutir a questão da paz. Não é possível que a gente não discuta, não é possível que não haja um momento em que a Rússia e a Ucrânia sentem para conversar e parem de se matar. Uma guerra que só destrói aquilo que demorou anos para ser construído. É preciso encontrar um caminho", explicou. 

Com Agência o Globo e Estadão Conteúdo. 

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