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Luciano Bivar desiste de candidatura à Presidência e concorrerá a vaga na Câmara

Político sinalizou que a senadora Soraya Thronicke, ex-aliada de Bolsonaro, pode assumir a corrida pelo Palácio do Planalto

Luciano Bivar, presidente nacional do União Brasil (Michel Jesus/Agência Câmara)

Luciano Bivar, presidente nacional do União Brasil (Michel Jesus/Agência Câmara)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 31 de julho de 2022 às 17h32.

Última atualização em 1 de agosto de 2022 às 14h38.

O presidente do União Brasil, Luciano Bivar, desistiu de concorrer à Presidência da República. O anúncio foi feito neste domingo, 31, durante a convenção do partido em Pernambuco, Estado do parlamentar. Bivar afirmou que tentará a reeleição à Câmara dos Deputados e sinalizou que a senadora Soraya Thronicke (União Brasil-MS), ex-aliada do presidente Jair Bolsonaro (PL), pode assumir a corrida pelo Palácio do Planalto.

"Resolvi voltar e continuar na Câmara Federal, com a ajuda de vocês, para que possamos continuar presidindo o partido com a força que tem o nosso partido, nossos parlamentares e quem compõe o UB", disse Bivar. "Eu quero aqui, de longe, parabenizar o meu Senado, na pessoa da senadora Soraya Thronicke, que em breve estará em Pernambuco apresentando alternativa para o País" afirmou.

Apesar de essa decisão significar uma mudança na disputa proporcional em Pernambuco, a chapa 'puro sangue' para o governo estadual foi confirmada: Miguel Coelho, ex-prefeito de Petrolina concorre ao cargo, com a deputada estadual Alessandra Vieira de vice, enquanto Carlos Andrade Lima, candidato do então PSL à Prefeitura do Recife em 2020, foi o nome escolhido para o Senado.

Bivar vai costurar uma difícil candidatura para o Congresso. Isso porque o União Brasil, em Pernambuco, montou uma chapa proporcional focada em eleger dois deputados federais: os ex-ministros Mendonça Filho e Fernando Coelho Filho. A decisão do presidente da sigla de tentar uma vaga na Câmara deixou lideranças locais insatisfeitas, visto a necessidade de reorganização do tabuleiro eleitoral da legenda, que divide as candidaturas proporcionais com o Podemos, PSC e Patriota no Estado.

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Bivar esteve em reuniões com a cúpula pernambucana do União Brasil desde a última sexta-feira, 29, quando desembarcou no Estado. O presidente do partido participou de uma longa conversa com nomes como Miguel Coelho, Mendonça Filho e Fernando Bezerra Coelho (MDB), líder do clã político do Sertão do São Francisco. O encontro ocorreu para fazer contas e articular a candidatura de Bivar para deputado federal e o partido analisou quais nomes poderiam subir para candidatura a federal, para formar a 'cauda' necessária para eleger três nomes ao congresso.

Como apontou a Coluna do Estadão, Bivar já havia avisado candidatos de seu partido a respeito da desistência em mensagem de WhatsApp enviada no sábado, 30, à noite. Isso depois de dizer em entrevista à CNN no dia 25 de julho, que sua candidatura era "irreversível". No entanto, ele não demonstrava crescimento nas pesquisas e não chegou a pontuar na última análise divulgada pelo Datafolha na quinta-feira, 29.

O União Brasil apresentou a pré-candidatura de Bivar no final de maio, depois de desistir de lançar o ex-juiz Sergio Moro, que migrou do Podemos em busca de disputar o pleito nacional pelo partido. Até o começo daquele mês, o União Brasil negociava com os partidos que representava a chamada "terceira via" - MDB, PSDB e Cidadania, coligação que lançou Simone Tebet (MDB) à Presidência.

Apoio a Lula

Atualmente, há negociações entre o PT e o União Brasil para que Bivar apoie a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva. O senador Jaques Wagner (PT-BA) confirmou que a campanha presidencial petista esta em busca desse posicionamento do presidente do União Brasil.

Nos bastidores, seguem as conversas para que o entendimento de Bivar com Lula resulte em uma ajuda informal do PT, em Pernambuco, para eleger Bivar deputado federal. Uma fonte próxima ao presidente do União Brasil afirma que há interesse em consolidá-lo para tentar disputar a Presidência da Câmara em um eventual mandato do petista, mas, para isso, o parlamentar precisa ser reeleito.

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