Candidata à presidência Luciana Genro (PSOL) durante caminhada na AV. Paulista, em São Paulo (PSOL/Divulgação)
Da Redação
Publicado em 17 de setembro de 2014 às 23h02.
Brasília - A candidata à Presidência pelo PSOL, Luciana Genro, voltou a criticar o modelo adotado atualmente para a distribuição de unidades habitacionais por meio do Programa Minha Casa, Minha Vida.
A socialista disse que as empreiteiras escolhem os locais mais distantes para construir as casas, sendo necessária a transferência do controle da política a entidades ligadas a movimentos populares.
Segundo Luciana, há muitos anos ocorre no Brasil uma situação em que os pobres vão sendo expulsos das regiões que passam a receber mais infraestrutura.
"Quando chega ônibus, metrô, eles acabam indo para mais longe. Isso precisa mudar", defendeu a candidata, repetindo sua proposta de cumprir o Estatuto das Cidades, que prevê a desapropriação de um imóvel que não cumpre sua função social.
Respondendo a perguntas de estudantes que lotaram um auditório da Universidade de São Paulo (USP), Luciana Genro voltou a prometer que vai lutar pela revisão da Lei da Anistia e em favor da desmilitarização da polícia.
Algumas questões também foram enviadas pela internet ao Diretório Central dos Estudantes da USP, organizador do evento.
"O Brasil é um dos poucos países da América Latina que não acertou as contas com o passado e isso se reflete com torturadores do presente. A polícia segue torturando e matando, reprimindo os movimentos sociais", disse, acrescentando que as polícias precisam ter uma formação voltada para os direitos humanos.
Ao repetir bandeiras como a descriminalização da maconha e a legalização do aborto, a candidata declarou à plateia que considera "muito hipócrita criminalizar uma mulher que faz aborto e não dar condição nenhuma para que ela tenha seu filho".
Para ela, a mulher tem o direito de escolher se quer, ou não, conceber, independentemente do governo fornecer políticas de planejamento familiar.
Luciana Genro também afirmou que pretende, se eleita, continuar e ampliar o Programa Bolsa Família, mas se fazem necessárias mudanças estruturais, como as da política econômica e tributária.
Apesar de defender o petróleo como uma "riqueza estratégica para qualquer país", a presidenciável defendeu o fortalecimento de iniciativas de produção da energia solar e eólica.
A sabatina foi acompanhada pela reportagem por meio de transmissão ao vivo na internet, disponibilizada pela equipe da candidata.