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Longe do palanque petista, Ciro Gomes quer visitar Lula na cadeia

Presidente do PDT negou que a ausência do pré-candidato no ato político do último sábado, 7, signifique um distanciamento estratégico dos petistas

Ciro Gomes: à distância, presidenciável do PDT deu declarações de apoio ao ex-presidente (Sergio Moraes/Reuters)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 9 de abril de 2018 às 16h41.

Brasília - Ausentes do ato político que antecedeu a apresentação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Polícia Federal, o presidenciável Ciro Gomes ( PDT ) e o presidente do partido, Carlos Lupi, querem visitar o petista na prisão.

Ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, Lupi disse que pretende ir a Curitiba esta semana e que fará uma visita de solidariedade ao "ser humano" Lula.

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O dirigente disse que está aguardando a chegada de Ciro dos Estados Unidos, onde participou de evento promovido pela Universidade de Harvard. Ciro tem uma agenda hoje à noite em Porto Alegre (RS) e nesta terça, 10, participará de palestra na Universidade do Vale do Itajaí (SC). A ideia é saber primeiro quais são os procedimentos de visita exigidos pela PF.

"Compete agora a nós termos solidariedade ao ser humano, que no meu modo de ver, está sendo injustiçado e sendo condenado por algo que não tinha prova cabal nenhuma", declarou.

Lupi, que estava no Pará e não compareceu ao ato político em São Bernardo do Campo, reclamou que os pedetistas não podem ser criticados por não participar do evento. "Eles esquecem toda a solidariedade que prestamos. Até poema eu fiz, coloquei na página do partido, o Ciro fez uma nota. A vida toda prestamos solidariedade. Por que não vai num dia, como eles queriam, não presta mais? Eu prefiro não considerar, prefiro achar que isso é do calor da emoção do momento difícil", respondeu. O dirigente negou que a intenção da visita seja agora tratar de possíveis alianças, já que a candidatura de Lula está inviabilizada.

O presidente do PDT voltou a dizer que, apesar das especulações sobre como vai caminhar o bloco de esquerda na eleição presidencial, a candidatura de Ciro é irreversível. Lupi negou que a ausência do pré-candidato no ato político do último sábado, 7, signifique um distanciamento estratégico dos petistas e revelou que o bloco está articulando a divulgação de um novo manifesto programático pela unidade dos partidos de esquerda. "Como é que a porta pode estar fechada (para o Ciro)?", declarou.

Entre os tradicionais aliados do PT, o PDT se descolou da estratégia adotada por PSOL e PCdoB, que se alinharam aos petistas na defesa de Lula antes de sua prisão.

À distância, Ciro deu declarações de apoio ao ex-presidente, enquanto Guilherme Boulos (PSOL) e Manuela D'Ávila (PCdoB) estavam no palanque e na "trincheira" do petista em São Bernardo do Campo (SP).

Lupi disse que é cedo para avaliar quem herdará o espólio eleitoral de Lula, mas ele acredita que, se a maior parte do eleitorado do ex-presidente está no Nordeste, Ciro deve herdar os votos do petista na região.

"Se mais de 50% da base do Lula é no Nordeste, o mais bem colocado e o que tem a postura política mais próxima do centro-esquerda é o Ciro, é natural que ele herde esse voto em sua maioria, mesmo o PT tendo candidato", previu.

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