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Local de missa do papa terá barreiras para evitar protestos

Segundo comando do exército, barreiras deverão evitar rotestos mais ostensivos que descaracterizem o evento religioso no Rio de Janeiro

Zona sul da cidade amanheceu com sinais de vandalismo após protesto em frente ao prédio do governador Sérgio Cabral (Tania Rego/ABr)

Zona sul da cidade amanheceu com sinais de vandalismo após protesto em frente ao prédio do governador Sérgio Cabral (Tania Rego/ABr)

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Da Redação

Publicado em 18 de julho de 2013 às 17h06.

Rio de Janeiro - As Forças Armadas montarão barreiras ao redor do Campus Fidei, onde o papa Francisco vai celebrar um missa campal no último dia da Jornada Mundial da Juventude, para evitar protestos mais ostensivos que descaracterizem o evento religioso no Rio de Janeiro, informou nesta quinta-feira o comando do Exército.

Grupos organizados de manifestantes e pessoas mascaradas não poderão acessar a vigília e missa em Guaratiba, na zona oeste do Rio. A possibilidade de manifestações durante a JMJ, como as que vêm ocorrendo desde junho, mantém em alerta as forças de segurança.

As Forças Armadas destacaram cerca de 7 mil homens para atuar somente no entorno do Campus Fidei, em Guaratiba, localizado a cerca de 60 quilômetros do centro do Rio e montado para receber os jovens que participam da jornada. No local, serão realizadas a Vigília, no sábado, e a Missa de Envio, no domingo.

"Claro que a manifestação é algo que já temos e nos preocupa, mas é uma preocupação normal, quem vai atuar são órgãos de segurança pública e PM. Acreditamos que consigam cumprir a missão", disse o comandante da 1a Divisão do Exército, general José Alberto Abreu.

"Vamos estar sempre acompanhando. Só em último caso colocaremos tropas na rua com decreto expresso da Presidência", acrescentou o general.

As linhas de atuação dos militares devem abranger um raio de 4 quilômetros, e os homens de Exército, Marinha e Aeronáutica vão fazer revistas pontuais nas pessoas que forem acessar o Campus Fidei. Espera-se mais de 1 milhão de pessoas na missa campal.

"Podemos prender se for o caso, porque temos poder de polícia. A entrada de pessoas mascaradas, uma marca dos protestos em todo Brasil, e de grupo organizados serão proibidos", disse.

Quem levar faixa de protesto e mostrar durante a missa também poderá ser retirado do local. "Os grupos de manifestantes, dependendo da motivação, não serão permitidos", disse.

"Os mascarados serão impedidos de entrar... está escondendo seu rosto por motivação qualquer. Lá não é local de entrar de máscara. Objetos também serão reprimidos", afirmou o general do Exército.


Na parte interna do Campus Fidei, haverá cerca de 800 militares à paisana, que vão atuar na segurança do palco do papa Francisco. No início da preparação da JMJ, a ideia era contratar uma empresa para realizar a segurança privada dentro do campus.

As Forças Armadas destacaram 10.200 homens para atuar na JMJ. Boa parte vai estar nos eventos, e outros cerca de 2.500 estarão nos quartéis à espera de uma demanda ou determinação.

Os militares terão uma ação preventiva na JMJ, mas uma atuação repressiva depende de determinação específica. No caso de Guaratiba, já há uma autorização prévia para os militares terem poder de polícia. Na zona oeste, os militares poderão, além de fazer as revistas, realizar apreensões e prisões se necessário Serão montadas 14 torres de observação no local.

O efetivo total de segurança na JMJ será de 22 mil homens, incluindo Forças Armadas, Força Nacional de Segurança, Polícias Federal, Rodoviária, Militar e Civil, além de agentes municipais e do Corpo de Bombeiros e Defesa Civil. Doze helicópteros e 380 viaturas também serão utilizadas.

Pelo planejamento, os militares estarão presentes também no encontro entre o papa Francisco e a presidente Dilma Rousseff, no Palácio Guanabara, constante palco de protestos no Rio de Janeiro.

A realização do encontro no Guanabara vem causando um desconforto entre as autoridades de segurança do Rio de Janeiro, em razão da possibilidade de novas manifestações.

"Não vemos problema e não vamos solicitar mudança", disse a jornalistas o general Abreu.

Outra preocupação da segurança do Rio de Janeiro é com a decisão do pontífice de não usar papamóvel blindado na passagem por Copacabana na quinta e sexta-feira da semana que vem.

O Exército entende que o mais recomendável seria o uso da blindagem durante o percurso de pouco mais de 3 quilômetros pela orla.

"Claro que para segurança sempre seria melhor guarnecida com blindagem, nos deixaria mais tranquilos. Não é atentando, mas pode ser hostilidade, um objeto. Se houvesse seria melhor", afirmou o general.

A exemplo do que aconteceu na Copa das Confederações, os militares também vão reforçar a segurança de estações de água, energia, antenas de telecomunicações, portos, rodoviária e outros locais. De 14 a 18 pontos foram mapeados e receberão reforço dos militares.

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