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Ligações para o Disque-Denúncia do Maranhão aumentaram 70%

As informações fornecidas pela população contribuíram para que as forças policiais prendessem 14 pessoas envolvidas com a recente onda de violência nas ruas


	Telefone público: segundo o coordenador, a maior parte das denúncias ainda provem de São Luís e região metropolitana
 (Getty Images)

Telefone público: segundo o coordenador, a maior parte das denúncias ainda provem de São Luís e região metropolitana (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 15 de janeiro de 2014 às 09h37.

Brasília - A crise da segurança pública no Maranhão pode ter contribuído para que a população acione mais o serviço de Disque-Denúncia estadual.

Ele permite a qualquer cidadão denunciar, anonimamente, suspeitas de tráficos de drogas, homicídios, roubos e mais uma centena de ilícitos, irregularidades ou problemas na prestação de serviços públicos.

Nos últimos dias, informações fornecidas pela população contribuíram para que as forças policiais prendessem ao menos 14 pessoas envolvidas com a recente onda de violência nas ruas, inclusive seis criminosos que participaram dos ataques a ônibus e delegacias no primeiro final de semana deste ano.

Em um dos cinco veículos incendiados no último dia 3, cinco pessoas ficaram gravemente feridas, entre elas a menina Ana Clara Santos Sousa, de 6 anos, que teve 95% do corpo queimados e morreu no dia 6.

Os dados relativos aos atendimentos das últimas semanas ainda estão sendo contabilizados, mas o aumento na procura foi observado durante o mês de dezembro. Segundo o coordenador do serviço, Erik Moraes, em dezembro de 2013, as equipes do Disque-Denúncia atenderam 3.360 ligações, um resultado 43% maior que as 2.347 chamadas no mesmo mês de 2012.

Ao longo de todo o ano passado, os 42.770 ligações registradas colaboraram para a detenção de 652 pessoas.

De acordo com Moraes, a comparação entre a média de ligações diárias recebidas entre os últimos dias de dezembro de 2013 (quando mais mortes ocorreram no interior do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís) e as duas primeiras semanas deste ano e a média esperada para o mesmo período em outras circunstâncias pode resultar em uma variação de cerca de 70%.


“Houve um aumento médio de 70% na demanda por nosso atendimento nesse último período.

O que sinaliza um maior envolvimento da população, e não necessariamente que a violência tenha crescido”, declarou Moraes à Agência Brasil.

De acordo com o coordenador, em um único dia, as equipes chegaram a atender 324 ligações, em vez dos 100 telefonemas costumeiros.

“Com a ajuda da população, em menos de 48 horas, conseguimos reunir informações que ajudaram os setores de inteligência a identificar e localizar vários criminosos. E com a notícia de que os criminosos envolvidos na morte da Ana Clara tinham sido presos com a ajuda dessas informações, as denúncias aumentaram ainda mais. Além disso, a qualidade das informações fornecidas também vem melhorando bastante”, acrescentou Moraes.

Segundo o coordenador, a maior parte das denúncias ainda provem de São Luís e região metropolitana, o que indica a necessidade de fortalecer o serviço no interior do estado.

“Cerca de 85% das denúncias são da região metropolitana de São Luís. O restante do estado, onde reside a maior parte da população maranhense, responde por apenas 15% das denúncias.

Qualquer cidadão pode acionar o serviço. A denúncia é feita anonimamente.

Os telefones de contato são o (98) 3223-5800, para quem liga da região metropolitana de São Luís, e 0300-3135-8000 para quem está no interior. “Precisamos muito que a sociedade ligue e nos ajude”, solicitou.

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