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Ligação do Paraíba do Sul com Cantareira começa este mês

O secretário de Saneamento e Recursos Hídricos de São Paulo disse que obras para interligar Cantareira com bacia do rio Paraíba do Sul começam ainda em janeiro

Rio Paraíba do Sul: processo de interligação não comprometerá o abastecimento do Rio de Janeiro, segundo secretário (OS2Warp/Wikimedia Commons)
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Da Redação

Publicado em 16 de janeiro de 2015 às 15h06.

Brasília - O secretário de Saneamento e Recursos Hídricos de São Paulo , Benedito Braga, disse hoje (16), em Brasília, que as obras para a interligação do Sistema Cantareira com a Bacia do Rio Paraíba do Sul devem começar ainda este mês.

Após reunião com representantes da Agência Nacional de Água (ANA) e dos estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais, Braga afirmou que o encontro foi “cordial” e analisou “dados técnicos”.

“A interligação está sendo trabalhada. O governador [Geraldo] Alckmin esteve no ano passado com a presidente Dilma [Rousseff] e chegaram a um acordo de financiamento e de colocação dessas obras prioritárias no regime do PAC [Programa de Aceleração do Crescimento]. Então, essas obras [para interligação] devem ter início muito proximamente até o final desse mês ou no início do mês que vem”, informou o Benedito Braga.

No encontro dos representantes dos três estados e da agência foi discutido, também, um plano de segurança hídrica para a Bacia do Rio Paraíba do Sul.

O secretário ressaltou que, dos debates técnicos, será elaborada uma resolução com propostas concretas. Antes em vigor, o documento será debatido com a sociedade por meio do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul.

De acordo com o secretário, o processo de interligação não comprometerá o abastecimento do Rio de Janeiro e deve começar a funcionar a partir de março do ano que vem.

“Não entendo porque cobertor curto, não se trata disso, absolutamente. A ideia é aumentar a segurança hídrica da Bacia do Rio Paraíba do Sul. Ou seja, vamos armazenar as águas nos reservatórios para que o Rio de Janeiro tenha segurança hídrica. Vamos interligar a Bacia do Rio Jaguari com o Sistema Cantareira para que São Paulo tenha segurança hídrica. Não há conflito nenhum”, disse Braga.

“O que há é cooperação, interesse de trabalhar junto”, acrescentou.

Com a interligação será construído um novo reservatório que bombeará água para o Cantareira.

O projeto apresentado no ano passado pelo governador Geraldo Alckmin prevê a construção de um canal entre as represas Atibainha, que integra o sistema que abastece a grande São Paulo, e o reservatório Jaguari, um dos afluentes do Paraíba do Sul, principal fonte de abastecimento do Rio de Janeiro e que também abastece Minas Gerais.

A ideia, conforme a proposta paulista, é construir um sistema de “mão dupla”.

Ou seja, quando um dos reservatórios tiver excedente de água, o volume será enviado para a outra represa. A interligação, no entanto, teve resistência por parte do Rio de Janeiro, já que dois terços das águas do Rio Paraíba do Sul são desviadas para garantir o abastecimento da região metropolitana do Rio de Janeiro.

O rio, que nasce em São Paulo, atravessa os estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais, contribui para o abastecimento de 15 milhões de pessoas por onde passa.

Enquanto a interligação não entra em funcionamento, o secretário de Saneamento e Recursos Hídricos de São Paulo disse que São Paulo investirá na construção de sistemas para tratamento de água de esgoto.

“Até lá a situação é bastante complexa, temos algumas alternativas na área do reuso de água dos esgotos. Isso é um ponto que pode ser jogado nos reservatórios. São obras de execução mais curta, mas que ainda levam uns seis meses”.

São Paulo – As chuvas já ficaram mais frequentes em São Paulo neste mês de novembro. Mesmo assim, dados da Sabesp mostram que o nível de água nos reservatórios que atendem a região metropolitana continua preocupante. Na sexta-feira, o Sistema Alto Tietê chegou a 4,2% de sua capacidade. O Cantareira atingiu 7,5%. Mesmo com a economia dos consumidores, a situação permanece crítica. Parte da explicação pode estar em números do governo federal. Em relatórios elaborados nos últimos anos, a Agência Nacional de Águas (ANA) constatou que o Brasil tem bastante capacidade de armazenamento de água. Porém, a maior parte de nossos recursos está na região amazônica, onde há poucos habitantes. Já em 2010, um documento da ANA previa que, até 2015, 55% dos municípios do país poderiam ter abastecimento deficitário. Veja nos slides acima esses e outros números que mostram o quadro do abastecimento de água no Brasil e evidenciam que esse deve ser um problema presente em nosso cotidiano nos próximos anos.
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    2 /2(Marcos Santos/ USP Imagens)

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    Após reunião com representantes da Agência Nacional de Água (ANA) e dos estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais, Braga afirmou que o encontro foi “cordial” e analisou “dados técnicos”.

    “A interligação está sendo trabalhada. O governador [Geraldo] Alckmin esteve no ano passado com a presidente Dilma [Rousseff] e chegaram a um acordo de financiamento e de colocação dessas obras prioritárias no regime do PAC [Programa de Aceleração do Crescimento]. Então, essas obras [para interligação] devem ter início muito proximamente até o final desse mês ou no início do mês que vem”, informou o Benedito Braga.

    No encontro dos representantes dos três estados e da agência foi discutido, também, um plano de segurança hídrica para a Bacia do Rio Paraíba do Sul.

    O secretário ressaltou que, dos debates técnicos, será elaborada uma resolução com propostas concretas. Antes em vigor, o documento será debatido com a sociedade por meio do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul.

    De acordo com o secretário, o processo de interligação não comprometerá o abastecimento do Rio de Janeiro e deve começar a funcionar a partir de março do ano que vem.

    “Não entendo porque cobertor curto, não se trata disso, absolutamente. A ideia é aumentar a segurança hídrica da Bacia do Rio Paraíba do Sul. Ou seja, vamos armazenar as águas nos reservatórios para que o Rio de Janeiro tenha segurança hídrica. Vamos interligar a Bacia do Rio Jaguari com o Sistema Cantareira para que São Paulo tenha segurança hídrica. Não há conflito nenhum”, disse Braga.

    “O que há é cooperação, interesse de trabalhar junto”, acrescentou.

    Com a interligação será construído um novo reservatório que bombeará água para o Cantareira.

    O projeto apresentado no ano passado pelo governador Geraldo Alckmin prevê a construção de um canal entre as represas Atibainha, que integra o sistema que abastece a grande São Paulo, e o reservatório Jaguari, um dos afluentes do Paraíba do Sul, principal fonte de abastecimento do Rio de Janeiro e que também abastece Minas Gerais.

    A ideia, conforme a proposta paulista, é construir um sistema de “mão dupla”.

    Ou seja, quando um dos reservatórios tiver excedente de água, o volume será enviado para a outra represa. A interligação, no entanto, teve resistência por parte do Rio de Janeiro, já que dois terços das águas do Rio Paraíba do Sul são desviadas para garantir o abastecimento da região metropolitana do Rio de Janeiro.

    O rio, que nasce em São Paulo, atravessa os estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais, contribui para o abastecimento de 15 milhões de pessoas por onde passa.

    Enquanto a interligação não entra em funcionamento, o secretário de Saneamento e Recursos Hídricos de São Paulo disse que São Paulo investirá na construção de sistemas para tratamento de água de esgoto.

    “Até lá a situação é bastante complexa, temos algumas alternativas na área do reuso de água dos esgotos. Isso é um ponto que pode ser jogado nos reservatórios. São obras de execução mais curta, mas que ainda levam uns seis meses”.

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