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Líder do PMDB defende que partido tenha candidato em 2018

Para os peemedebistas, o relacionamento da sigla com o PT vive seu pior momento


	Dilma e Temer: hoje, a legenda está representada no governo com o vice-presidente, mas a relação com o Planalto é tensa
 (REUTERS/Ueslei Marcelino)

Dilma e Temer: hoje, a legenda está representada no governo com o vice-presidente, mas a relação com o Planalto é tensa (REUTERS/Ueslei Marcelino)

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Da Redação

Publicado em 11 de fevereiro de 2015 às 12h29.

Brasília - Eleito novo líder do PMDB na Câmara nesta quarta-feira, 11, com apenas um voto de diferença, o deputado Leonardo Picciani (RJ) defendeu que o partido tenha candidato à Presidência da República nas eleições de 2018.

Hoje, a legenda está representada no governo com o vice-presidente Michel Temer, mas a relação com o Planalto é tensa. Para os peemedebistas, o relacionamento da sigla com o PT vive seu pior momento.

"Todo partido deve almejar chegar à Presidência da República. Sou defensor de que o PMDB possa construir um projeto de candidatura e apresentar ao Brasil. Mas isso é só em 2018", afirmou Picciani.

"Defendo o fortalecimento de cada uma das seções do PMDB para que a gente possa concretizar esse projeto", disse em entrevista após ser eleito com 34 votos da bancada. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), não votou.

O candidato derrotado, Lúcio Vieira Lima (BA), que teve 33 votos, deve ficar com a presidência ou com a relatoria da CPI que investigará o esquema de corrupção na Petrobrás.

Antes de ser vencido na votação secreta, o deputado baiano também defendeu que o PMDB tenha candidato próprio na disputa de 2018.

"Temos que fortalecer todos os Estados da Federação porque todos sabem e são desejosos de, há muito, apresentar uma candidatura a presidente da República para que possamos, finalmente, deixar de sermos sempre coadjuvantes no processo e sermos protagonistas", disse Vieira Lima.

O novo líder, que nas eleições do ano passado apoiou a candidatura do senador Aécio Neves (PSDB-MG), se disse disposto a dialogar com o governo, mas afirmou que o partido não abrirá mão de defender suas teses.

"Sem dúvida nenhuma o PMDB é base e quer colaborar com a governabilidade. Agora, o PMDB expõe as suas opiniões, mesmo que, em determinados momentos, em determinados temas, elas sejam divergentes", disse Picciani.

Segundo o líder, a bancada se reunirá no próximo dia 24 para afinar o discurso da relação com o governo.

O jornal O Estado de S. Paulo mostrou nesta quarta-feira, 11, que, insatisfeito com o governo, o PMDB decidiu adotar uma agenda autônoma e independente do Planalto. No entendimento de peemedebistas, o governo Dilma tenta "destruir" o partido.

Lava Jato

Leonardo Picciani não informou quando indicará os representantes do PMDB na CPI da Petrobrás. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), instalará a CPI na terça ou quarta-feira após o Carnaval e indicará nomes por conta própria caso os partidos não apresentem seus indicados.

Picciani disse defender a punição dos envolvidos nos crimes investigados pela Operação Lava Jato, mesmo que integrantes de seu partido sejam denunciados por participação no esquema de corrupção.

"O meu comando da bancada e, tenho certeza, não só o comando do líder, mas a postura de todos os deputados do PMDB, será de investigação total, investigar tudo que tiver para ser investigado, sem limite. Não há restrição. Nosso objetivo é que a CPI esclareça os fatos e denúncias que existem, contribua neste esclarecimento e ajude a resgatar a credibilidade da Petrobrás", afirmou.

"Se houver nomes do PMDB ou de qualquer outro partido, cada um que responda pelas suas atitudes. Tenho certeza de que o PMDB não tem nenhuma atuação partidária relativa à Lava Jato, à Petrobrás ou a qualquer outra coisa que seja. Se, por ventura, houver indivíduos do PMDB envolvidos, eles responderão, se defenderão e comprovarão ou não a sua inocência".

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