Comissão da reforma política vai debater "Emenda Lula"
A"Emenda Lula", se aprovada, impedirá a prisão de candidatos até oito meses antes da eleição
Estadão Conteúdo
Publicado em 18 de julho de 2017 às 08h41.
Última atualização em 18 de julho de 2017 às 11h23.
Brasília - Presidente da comissão da reforma política na Câmara , o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) disse que pretende aprofundar o debate sobre a "Emenda Lula ", como ficou conhecido o artigo que, se aprovado, impedirá a prisão de candidatos até oito meses antes da eleição. A proposta foi revelada sábado pela Coluna do Estadão.
O peemedebista alegou que não pode interferir no teor do relatório do deputado Vicente Cândido (PT-SP). Ele, porém, afirmou que não vai colocá-lo em votação antes da discussão. "Não pautarei o relatório antes de toda a polêmica ser amplamente debatida", disse Vieira Lima. Cândido afirmou ao Estado que não vai retirar o artigo do parecer, que deve começar a ser votado em 3 de agosto.
Para o deputado Rubens Bueno (PPS-PR), a proposta é uma "desmoralização". Ele disse acreditar que a medida não passará no plenário. "Vamos tentar dissuadi-lo. Se (Cândido) não fizer a mudança, vamos derrubar."
Já o líder do PT na Câmara, Carlos Zarattini (SP), minimizou a polêmica dizendo que a emenda foi apresentada "muito tempo atrás", sem questionamento. "Isso para nós é uma questão secundária", afirmou o petista. Segundo ele, o importante é uma reforma política que traga solução para o financiamento das eleições, inclua uma cláusula de desempenho e coloque fim às coligações. Zarattini participou do programa Estadão às 5h, do estadao.com.br.
Um dos idealizadores da Lei da Ficha Limpa, que veta candidatura de condenado em segunda instância, o advogado e ex-juiz Márlon Reis disse que é "injustificável" e chamou de "cavalo de Troia" a "Emenda Lula".
Na semana passada, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi condenado a 9 anos e 6 meses de prisão no caso do triplex e disse que pretende disputar a eleição de 2018.