Lewandowski : ministro diz que proibição de presos em semiaberto para verem familiares atenta contra à Constituição (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Agência de notícias
Publicado em 17 de abril de 2024 às 07h34.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, participou nesta terça-feira, 16, de audiência na Comissão de Segurança Pública da Câmara. Logo no início da sessão, deputados de oposição cobraram explicações dele sobre o veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao projeto que acabava com as "saidinhas" de presos. Mesmo assim, o presidente da comissão, Alberto Fraga (PL-DF), afirmou logo no início da sessão que Lewandowski deve ter um tratamento diferente do seu antecessor. "Fique tranquilo porque Vossa Excelência não será destratado", prometeu o deputado.
O ministro da Justiça optou por destacar aos deputados que o presidente manteve a maior parte das mudanças promovidas pelo Congresso. De acordo com Lewandowski, o Palácio do Planalto "sancionou 90% ou mais desse projeto de lei". Ele explicou que o veto se limitou ao trecho que impedia a saída temporária dos presos para visitar os familiares por compreender que a proposta "contraria princípios irrevogáveis da Constituição", como o da dignidade humana.
"O veto respeita a nova política penal promovida pelo Congresso Nacional", disse. "O presidente da República é um cristão", prosseguiu. "Estamos defendendo um valor cristão, um valor fundamental da sociedade", completou.
Deputados e senadores devem analisar o veto de Lula em sessão do Congresso amanhã. Parlamentares de oposição prometeram derrubar o veto. A expectativa é de que o governo sofra derrota no assunto, sobretudo após o embate entre o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
Lewandowski ainda sinalizou com revisão de regras sobre acesso a armas, após cobrança de bancada da bala e da oposição. O ministro da Justiça ainda assumiu que houve erros do governo federal que culminaram na fuga de presos da penitenciária de Mossoró. De acordo com o ministro, foram "várias causas", como equipamentos antigos e quebra de protocolos de segurança. "Foi a única e será a última fuga."