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Lava Jato mira em Paulinho da Força por caixa 2 e lavagem de dinheiro

Deputado federal teria recebido doações eleitorais não contabilizadas durante as campanhas eleitorais de 2010 e 2012, no valor total de R$1,7 milhão

Paulinho da Força: deputado federal é acusado de caixa 2 de R$ 1,7 milhão (Valter Campanato/Agência Brasil)

Paulinho da Força: deputado federal é acusado de caixa 2 de R$ 1,7 milhão (Valter Campanato/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 14 de julho de 2020 às 08h43.

Última atualização em 14 de julho de 2020 às 14h16.

A Polícia Federal (PF) e o Ministério Público Eleitoral deflagraram na manhã desta terça-feira, 14, a operação Dark Side que tem como alvo o deputado federal Paulinho da Força (Solidariedade). Agentes fazem buscas no gabinete do parlamentar em seu apartamento e ainda na sede da Força Sindical. Trata-se da primeira fase da operação Lava Jato junto à Justiça Eleitoral de São Paulo, que, segundo a PF, mira em suposto caixa 2 de R$ 1,7 milhão e lavagem de dinheiro.

Ao todo, os agentes cumprem sete mandados de busca e apreensão em São Paulo e Brasília. As ordens foram expedidas pela 1ª Zona Eleitoral de São Paulo, que determinou ainda o bloqueio judicial de contas bancárias e imóveis dos investigados. Segundo a PF, o inquérito foi remetido à Justiça Eleitoral de São Paulo em 2019, com a colaboração premiada de integrantes da J&F.

"Por meio da quebra dos sigilos bancários, intercâmbio de informações com o Coaf, testemunhos de pessoas relacionadas aos fatos, dentre outras medidas investigativas, foi constatada a existência de fundados indícios do recebimento por parlamentar federal de doações eleitorais não contabilizadas, de maneira dissimulada, durante as campanhas eleitorais dos anos de 2010 e 2012, no valor total de R$ 1.700.000,00", afirmou a corporação em nota.

Os pagamentos teriam ocorrido por meio da "simulação da prestação de serviços advocatícios e também mediante o pagamento de valores em espécie, contando para isso com doleiros", indicou a PF.

A corporação apontou ainda que o escritório de advocacia supostamente envolvido na simulação da prestação de serviços tinha como um dos seus sócios o genro do parlamentar.

Com a quebra do sigilo bancário do escritório, os investigadores identificaram a transferência de valores próximos à eleição de 2012, supostamente oriundas da Força Sindical e não declarada na campanha do deputado.

"Além disso, foi constatada a existência de diversas operações financeiras, relativamente atuais, que se enquadram em tipologias da lavagem de dinheiro, em especial o fracionamento de operações financeiras. Essas movimentações, não relacionadas ao parlamentar, indicam a possibilidade da prática de outros atos de lavagem de dinheiro autônomos e conexos, o que será objeto de aprofundamento na fase ostensiva das investigações", afirmou a PF em nota.

A corporação informou que os investigados podem responder, na medida de suas participações, pelos crimes de falsidade ideológica eleitoral e lavagem de dinheiro, com penas de 3 a 10 anos de prisão.

Defesas

A reportagem entrou em contato com o gabinete do deputado e com a Força Sindical. O espaço está aberto para manifestações.

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