No ano passado, a mesma ponte já havia sido alvo de seis ações de assaltantes, que levaram 6 km de fiação (Mario Rodrigues/Veja SP)
Da Redação
Publicado em 21 de janeiro de 2012 às 08h40.
São Paulo - Às vésperas do aniversário de 458 anos de São Paulo, ladrões levaram 94 dos 142 projetores da Ponte Octavio Frias de Oliveira, conhecida como Ponte Estaiada, na zona sul, um dos cartões-postais da cidade. O equipamento, feito sob encomenda por uma empresa holandesa, permite que as luzes sejam programadas para projetar diferentes cores e sequências durante a noite.
Outros pontos da cidade, como a Marginal do Tietê, a ciclovia na Radial Leste, o Parque do Ibirapuera e os Túneis Tribunal de Justiça e Ayrton Senna são alvo permanente de roubos. Só na Marginal, os prejuízos chegam a R$ 800 mil.
Desde o dia 9, quando ocorreu o furto, a Ponte Octavio Frias de Oliveira vem sendo iluminada por holofotes comuns. A estimativa da Prefeitura é de que o custo dos novos equipamentos para substituir os furtados seja de R$ 1 milhão. A Secretaria Municipal de Serviços já entrou em contato com fornecedores e a nova iluminação deve levar 90 dias para ser restabelecida.
"O vandalismo contra o patrimônio público é um tipo de ação recorrente e difícil de evitar", diz o secretário de Serviços, Dráusio Barreto.
No ano passado, a mesma ponte já havia sido alvo de seis ações de assaltantes, que levaram 6 quilômetros de fiação. Os fios furtados são feitos à base de cobre e costumam ser levados para ser revendidos no mercado negro depois de derretidos. O prejuízo foi de R$ 200 mil.
Para evitar novos furtos, o Departamento de Iluminação Pública da Prefeitura (Ilume) passou a trocar os fios de cobre por fios bimetálicos, com menos interesse econômico para os ladrões. A resposta veio em agosto. A cabine de controle da ponte foi invadida por ladrões, que estouraram o painel de controle a marretadas. "É uma luta permanente", diz Paulo Ernesto Strazzi, diretor do Ilume.
O furto das luzes da ponte aconteceu na semana em que a Prefeitura, via Secretaria de Relações Internacionais, tinha assumido o compromisso com o governo chinês para entrar nas comemorações do ano-novo naquele país, iluminando a ponte de vermelho.
Depois do furto, o jeito foi improvisar. Técnicos da Prefeitura usaram gelatinas vermelhas, utilizadas em teatro, para decorar a ponte. O caso é investigado pelo 96.º Distrito Policial. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.