Justiça proíbe livro sobre sindicalista amigo de Lula
A filha do sindicalista afirmou não ter autorizado a publicação do livro nem o uso de fotos, além de ter alegado que a obra fere a intimidade de seu pai
Da Redação
Publicado em 15 de fevereiro de 2013 às 16h39.
Sorocaba - O livro "Companheiros - A Hora e a Vez dos Metalúrgicos de Sorocaba", com apresentação escrita pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva , teve sua distribuição proibida pela Justiça e está sob censura há mais de um mês.
A obra, do jornalista Carlos Araújo, destaca a trajetória do sindicalista Wilson Fernando da Silva, o "Bolinha", falecido em 2008, que foi colega de fábrica do ex-presidente e ajudou Lula a levar a Central Única dos Trabalhadores (CUT) para o interior.
O juiz Mário Gaiara Neto, da 3ª Vara Cível de Sorocaba, deu liminar em ação de indenização movida por uma filha de "Bolinha" que alegou não ter autorizado a publicação, nem o uso de fotos do acervo pessoal. Ela alegou ainda que o livro fere a intimidade e a memória do pai.
O lançamento, que estava marcado para o final de janeiro, foi suspenso após o juiz fixar multa de R$ 1 mil por exemplar vendido ou doado, e de R$ 10 mil em caso de noite de autógrafos, divulgação ou ato semelhante. Além do jornalista, estão no polo passivo da ação o Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba, que patrocinou a obra, e a editora Loja de Ideias.
O livro narra os últimos 40 anos da luta sindical em Sorocaba e destaca a participação de Lula no processo que levou seu ex-colega de Villares em São Bernardo do Campo à presidência do sindicato sorocabano. Na apresentação, o ex-presidente destaca o "grau de companheirismo" de "Bolinha" e os 40 anos de amizade entre os dois. O sindicalista participou com Lula da criação da CUT em 1983, mesmo ano em que venceu as eleições sindicais em Sorocaba e filiou o sindicato à nova central.
Entre as 32 imagens que ilustram a publicação, estão fotos do velório de "Bolinha" em 8 de dezembro de 2008. Na ocasião, Lula era presidente e viajou de Brasília a Sorocaba, causando atraso de uma hora e meia no sepultamento. O advogado Ronaldo Stange, que defende o autor do livro e a editora, classificou a ação como censura. "Além do direito de informar e da liberdade de expressão, o que está em jogo é o direito da coletividade de ser informada sobre fatos históricos. Não se pode ocultar a história", afirmou.
Segundo ele, as fotos usadas no livro são do acervo do sindicato. A viúva de "Bolinha", Lucília Rocha da Silva, e dois dos filhos do casal, Francis e Camila, assinaram declarações autorizando a publicação e defendendo o conteúdo do livro.
A outra filha, Daniela Silva Fernandes, autora da ação, alega que alguns fatos narrados, como a prisão de "Bolinha" por liderar greves, são vexatórios à família. Seu advogado, Reinaldo José Fernandes, disse que os herdeiros têm direitos sobre a imagem do pai, que está sendo explorada comercialmente sem a autorização de todos. "O livro estava à venda e geraria lucro", disse. Na ação, ele pede indenização de R$ 31 mil por danos morais em favor de Daniela. Os advogados do sindicato também entraram com recurso contra a liminar. Um recurso de agravo aguarda julgamento no Tribunal de Justiça (TJ) de São Paulo.
Sorocaba - O livro "Companheiros - A Hora e a Vez dos Metalúrgicos de Sorocaba", com apresentação escrita pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva , teve sua distribuição proibida pela Justiça e está sob censura há mais de um mês.
A obra, do jornalista Carlos Araújo, destaca a trajetória do sindicalista Wilson Fernando da Silva, o "Bolinha", falecido em 2008, que foi colega de fábrica do ex-presidente e ajudou Lula a levar a Central Única dos Trabalhadores (CUT) para o interior.
O juiz Mário Gaiara Neto, da 3ª Vara Cível de Sorocaba, deu liminar em ação de indenização movida por uma filha de "Bolinha" que alegou não ter autorizado a publicação, nem o uso de fotos do acervo pessoal. Ela alegou ainda que o livro fere a intimidade e a memória do pai.
O lançamento, que estava marcado para o final de janeiro, foi suspenso após o juiz fixar multa de R$ 1 mil por exemplar vendido ou doado, e de R$ 10 mil em caso de noite de autógrafos, divulgação ou ato semelhante. Além do jornalista, estão no polo passivo da ação o Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba, que patrocinou a obra, e a editora Loja de Ideias.
O livro narra os últimos 40 anos da luta sindical em Sorocaba e destaca a participação de Lula no processo que levou seu ex-colega de Villares em São Bernardo do Campo à presidência do sindicato sorocabano. Na apresentação, o ex-presidente destaca o "grau de companheirismo" de "Bolinha" e os 40 anos de amizade entre os dois. O sindicalista participou com Lula da criação da CUT em 1983, mesmo ano em que venceu as eleições sindicais em Sorocaba e filiou o sindicato à nova central.
Entre as 32 imagens que ilustram a publicação, estão fotos do velório de "Bolinha" em 8 de dezembro de 2008. Na ocasião, Lula era presidente e viajou de Brasília a Sorocaba, causando atraso de uma hora e meia no sepultamento. O advogado Ronaldo Stange, que defende o autor do livro e a editora, classificou a ação como censura. "Além do direito de informar e da liberdade de expressão, o que está em jogo é o direito da coletividade de ser informada sobre fatos históricos. Não se pode ocultar a história", afirmou.
Segundo ele, as fotos usadas no livro são do acervo do sindicato. A viúva de "Bolinha", Lucília Rocha da Silva, e dois dos filhos do casal, Francis e Camila, assinaram declarações autorizando a publicação e defendendo o conteúdo do livro.
A outra filha, Daniela Silva Fernandes, autora da ação, alega que alguns fatos narrados, como a prisão de "Bolinha" por liderar greves, são vexatórios à família. Seu advogado, Reinaldo José Fernandes, disse que os herdeiros têm direitos sobre a imagem do pai, que está sendo explorada comercialmente sem a autorização de todos. "O livro estava à venda e geraria lucro", disse. Na ação, ele pede indenização de R$ 31 mil por danos morais em favor de Daniela. Os advogados do sindicato também entraram com recurso contra a liminar. Um recurso de agravo aguarda julgamento no Tribunal de Justiça (TJ) de São Paulo.