Brasil

Justiça ouve réus do acidente com avião da TAM

Os três são acusados pelo crime de atentado à segurança do transporte aéreo e podem pegar pena de até 12 anos


	TAM: no acidente, ocorrido no dia 17 de julho de 2007, um avião proveniente de Porto Alegre chocou-se contra o prédio da TAM Express
 (Divulgação/TAM)

TAM: no acidente, ocorrido no dia 17 de julho de 2007, um avião proveniente de Porto Alegre chocou-se contra o prédio da TAM Express (Divulgação/TAM)

DR

Da Redação

Publicado em 14 de fevereiro de 2014 às 15h47.

São Paulo - A Justiça Federal em São Paulo começou a ouvir, na tarde de hoje (14), os réus apontados como responsáveis pelo acidente com o voo da TAM JJ 3054, em que morreram 199 pessoas.

No acidente, ocorrido no dia 17 de julho de 2007, um avião proveniente de Porto Alegre chocou-se contra o prédio da TAM Express, ao lado do aeroporto de Congonhas, por não ter conseguido parar na pista, ao pousar.

Além dos passageiros e da equipe de bordo, morreram pessoas que estavam em terra.

Estão sendo ouvidos pela 8ª Vara Criminal Federal em São Paulo a ex-diretora da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) Denise Abreu, o vice-presidente de Operações da TAM, Alberto Fajermann, e o diretor de Segurança de Voo da TAM, Marco Aurélio dos Santos de Miranda e Castro.

Os três são acusados pelo crime de atentado à segurança do transporte aéreo e podem pegar pena de até 12 anos.

“Este julgamento é um marco para que as pessoas tenham mais responsabilidade no trato do transporte aéreo. Existe o risco, existe, mas vamos tentar minimizá-lo ao máximo. Uma companhia aérea despachar um avião completamente carregado, com um reverso inoperante para um aeroporto que eles sabem que não tem área de escape. Para mim, isso é irresponsabilidade. É isso que está sendo julgado aqui”, disse o presidente da Associação dos Familiares e Amigos das Vítimas do Vôo TAMJJ3054, Dario Scott, que perdeu a única filha, de 14 anos, no acidente.

Scott destacou que o julgamento dá uma satisfação para a sociedade de uma forma geral.

"E [serve] para que as autoridades e as pessoas que trabalham no setor do transporte aéreo tenham mais responsabilidade. Que eles saibam que vão ter que responder por seus atos. Não é simplesmente por conta de interesses econômicos, abrir um aeroporto nas condições que foi aberto.”

Segundo o advogado dos parentes das vítimas do acidente, Ronaldo Marzagão, a sentença deverá ser proferida possivelmente, em agosto.

“Temos a expectativa de que apresentados os memoriais, [o que deve ocorrer em 30 dias] só faltará a sentença. Penso que, bem possivelmente, até o meio do ano, ou logo depois, em agosto, haja condições da sentença”, disse Marzagão.

O juiz Márcio Guardia está fazendo as oitivas. O procurador Rodrigo De Grandis respresenta o Ministério Público Federal. Os réus não quiseram falar com a imprensa.

Acompanhe tudo sobre:acidentes-de-aviaoAviaçãocompanhias-aereasEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasServiçosSetor de transporteTAM

Mais de Brasil

Acidente com ônibus escolar deixa 17 mortos em Alagoas

Dino determina que Prefeitura de SP cobre serviço funerário com valores de antes da privatização

Incêndio atinge trem da Linha 9-Esmeralda neste domingo; veja vídeo

Ações isoladas ganham gravidade em contexto de plano de golpe, afirma professor da USP